Programa Gás Para Empregar inaugura nova era no setor de gás e promete geração de 400 mil empregos, afirma ministro Alexandre Silveira

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Durante evento no MME, o ministro destacou a importância do programa para a diversificação da oferta de gás natural no Brasil e seu papel na transição energética global, além de reafirmar o compromisso do país na liderança do G20 em 2024

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o Programa Gás Para Empregar marca um novo capítulo na diversificação da oferta de gás no mercado nacional. Em sua fala durante o evento “O Papel do Gás Natural e do Biometano para uma Transição Energética Justa, Acessível e Sustentável”, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Silveira reforçou o compromisso do governo brasileiro em alavancar a produção de gás natural e biometano, alinhando essas iniciativas à estratégia de transição energética do país.

O programa, que já movimenta mais de R$ 94,6 bilhões em investimentos, tem potencial para gerar 400 mil novos empregos e adicionar R$ 79 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “Teremos, finalmente, mais disponibilidade de gás natural para a produção de fertilizantes, petroquímicos e outros setores que dependem desse insumo. Essa expansão do setor de gás vai fomentar a economia, gerar empregos e contribuir para a redução dos custos de produção em várias indústrias”, afirmou o ministro.

Expansão da infraestrutura de gás

No evento, Silveira destacou ainda que a regulamentação do Gás Para Empregar viabiliza grandes projetos, como o Rota 3, que entrará em operação em breve, fornecendo 18 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural ao Brasil. Esse é um projeto emblemático, cuja conclusão foi adiada por muitos anos e que agora poderá contribuir significativamente para o abastecimento energético do país. Além disso, ele citou o Projeto Raia, da Equinor, previsto para entregar mais 14 milhões de m³/dia em 2028, e o Sergipe Águas Profundas, que também adicionará 18 milhões de m³/dia ao sistema.

Silveira anunciou que o Brasil está em negociações avançadas com o governo argentino para importar gás de Vaca Muerta, um dos maiores campos de gás não convencional do mundo. “O nosso objetivo é garantir uma oferta estável e diversificada, que beneficie não apenas a indústria, mas também o consumidor final, promovendo a competitividade e o crescimento do país”, explicou.

Gás natural e biometano: pilares da transição energética

A diversificação da oferta de gás natural e o fortalecimento do biometano são essenciais para a transição energética brasileira. O ministro defendeu a aprovação do Projeto de Lei 528/2020, conhecido como Combustível do Futuro, que visa instituir um novo mandato para o biometano. Segundo ele, o Brasil tem potencial para produzir até 60 milhões de metros cúbicos de biometano por dia, um volume que ele classificou como “nosso pré-sal verde”.

Ele fez um apelo aos parlamentares para que aprovem o texto original do projeto, sem emendas que possam descaracterizar o plano ou encarecer a conta de energia para o consumidor. “Essa medida é crucial para fortalecer a transição energética e consolidar o papel do Brasil como líder global em energias renováveis”, completou.

O biometano, derivado de fontes renováveis, tem sido apontado como um dos principais combustíveis de transição, especialmente em setores difíceis de descarbonizar, como transporte pesado e indústria química.

Liderança no G20 e transição global

Outro ponto central da fala do ministro foi o papel de liderança do Brasil no cenário global de transição energética. Em 2024, o país ocupará a presidência do G20, o que coloca o Brasil em uma posição estratégica para conduzir as discussões sobre energia limpa e transição para uma economia de baixo carbono. Durante o evento, representantes da indústria entregaram a Silveira a Carta de Brasília, um documento que reforça o apoio do setor à presidência do Brasil no G20 e às estratégias voltadas para a transição energética.

A carta, assinada por líderes do setor de gás, corrobora o compromisso do governo e da indústria em adotar medidas que apoiem a sustentabilidade e a competitividade energética. “O Brasil está preparado para ser protagonista nesse debate global e para assumir a liderança nas discussões sobre a transição energética, que é uma prioridade para o nosso governo”, afirmou Silveira.

Cooperação internacional e novos investimentos

O evento, organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e a International Gas Union (IGU), também reuniu representantes de grandes players do mercado de gás natural e biometano, tanto nacionais quanto internacionais. Entre os temas discutidos, destacou-se a importância da complementaridade entre o gás natural e o biometano como combustíveis de transição, especialmente em setores de difícil descarbonização.

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