Escassez de chuvas e aumento da demanda energética elevam custos da energia elétrica no Brasil
No mês de julho, os consumidores brasileiros enfrentarão um acréscimo nas tarifas de energia elétrica devido à bandeira tarifária amarela, conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta medida foi adotada devido às condições desfavoráveis para a geração de energia no país, especialmente pela previsão de chuvas abaixo da média e pelo inverno com temperaturas elevadas, que impactam diretamente na operação do sistema elétrico.
A bandeira tarifária amarela implica em um custo adicional de R$ 1,885 para cada 100 kWh consumidos. Essa quantia foi reduzida em 37% em relação ao valor anterior, conforme decisão da ANEEL em março deste ano, visando mitigar os efeitos no bolso do consumidor diante das dificuldades enfrentadas no setor elétrico.
Desde abril de 2022, o país vinha operando sob a bandeira verde, indicando condições favoráveis de geração de energia. Contudo, o atual cenário de escassez de chuvas, que deve perdurar até o final do ano com um déficit de aproximadamente 50%, aliado ao aumento previsto na carga e no consumo de energia, obriga o acionamento mais frequente das termelétricas. Essas usinas, embora essenciais para suprir a demanda em períodos de escassez hídrica, têm um custo de geração mais elevado em comparação às hidrelétricas.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado com o intuito de informar e conscientizar o consumidor sobre os custos reais da geração de energia em diferentes períodos. Antes dessa iniciativa, os custos de operação do sistema elétrico eram repassados apenas nos reajustes tarifários anuais, sem que o consumidor tivesse ciência do custo da energia no momento do consumo.
Além de alertar sobre o aumento dos custos da energia, as bandeiras tarifárias permitem que os consumidores adotem práticas mais conscientes de consumo, contribuindo para a redução da necessidade de acionamento das termelétricas. A conscientização e o uso responsável da energia são fundamentais não apenas para reduzir a conta de luz, mas também para preservar os recursos naturais e garantir a sustentabilidade do setor elétrico nacional.
Diante da bandeira amarela em julho, é essencial que os consumidores adotem medidas para economizar energia, como desligar aparelhos elétricos não utilizados, ajustar a temperatura dos condicionadores de ar e evitar o uso simultâneo de muitos aparelhos de alto consumo energético.
A ANEEL continuará monitorando as condições hidrológicas e a operação do sistema elétrico nacional para ajustar as bandeiras tarifárias conforme necessário, visando sempre garantir o fornecimento de energia de forma sustentável e econômica para todos os brasileiros.