Aneel atualiza panorama da abertura do mercado elétrico, revelando que 165 mil consumidores, principalmente empresas menores, podem aderir ao mercado livre, buscando preços competitivos e opções sustentáveis.
O cenário energético brasileiro está passando por uma transformação marcante com a abertura do mercado livre de eletricidade, revela a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A nova fase, iniciada em janeiro de 2024, permite que mais de 14,6 mil empresas optem por novos fornecedores de energia elétrica, impulsionando a competitividade e a busca por fontes sustentáveis.
Apenas no mês de dezembro de 2023, mais de 1.700 consumidores, majoritariamente empresas, decidiram migrar para o ambiente competitivo do mercado livre, motivados por preços mais atrativos, energia renovável e condições de fornecimento mais alinhadas às suas necessidades. Entre os mais de 14.623 consumidores que planejam a migração até 2025, mais de 13,8 mil (94%) são de menor porte, com demanda inferior a 500 kW, sendo beneficiados pela Portaria 50/2022.
Anteriormente, apenas consumidores do Grupo A com demanda acima de 500 kW podiam optar pelo mercado livre. No entanto, a recente Portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia ampliou esse direito para empresas menores, com contas de luz acima de R$ 10 mil. Isso representa um potencial de migração de cerca de 165 mil unidades consumidoras, quadruplicando o mercado livre e atendendo aproximadamente 48% do consumo elétrico do país nos próximos anos.
No mercado livre, os consumidores têm a liberdade de escolher entre mais de 500 comercializadoras em todo o país, incluindo geradoras, dependendo do caso. A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) destaca que essa abertura histórica trará benefícios significativos, permitindo que empresas economizem na compra de energia elétrica e redirecionem recursos para investimentos, contribuindo para a geração de empregos e o crescimento da economia nacional.
A expectativa é que esse movimento histórico pavimente o caminho para uma abertura completa do mercado, beneficiando não apenas empresas, mas também residências e consumidores das classes C, D e E. A Abraceel enfatiza que 35 países ao redor do mundo já possuem mercados livres de energia acessíveis a todos os consumidores, destacando o potencial positivo desse avanço para a democratização da energia no Brasil.