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Lula participa do G7 no Canadá com foco em segurança energética, minerais críticos e transição climática

Brasil busca fortalecer parcerias estratégicas em energia, infraestrutura sustentável e clima na Cúpula do G7, que ocorre em Alberta, no Canadá

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou na manhã desta segunda-feira (16) para participar da 51ª Cúpula do G7, realizada na cidade de Kananaskis, província de Alberta, no Canadá. O convite partiu do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, reforçando o papel estratégico do Brasil nas discussões globais sobre energia, clima e desenvolvimento sustentável.

O evento reúne as sete maiores economias industrializadas do mundo — Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão — além de países convidados como Brasil, África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México.

Entre os principais temas da agenda deste ano, destaca-se a segurança energética global, diretamente ligada à diversificação das matrizes energéticas, transição climática, cadeias produtivas de minerais críticos e investimentos em infraestrutura sustentável.

Energia no centro da agenda geopolítica

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a participação do Brasil ocorre em um momento estratégico. O país busca se posicionar como protagonista na transição energética global, não apenas por sua matriz predominantemente renovável, mas também pelo papel que desempenhará como sede da COP-30, que será realizada em Belém (PA), em 2025.

“A participação do presidente Lula será uma oportunidade para que o Brasil apresente os avanços na organização da COP-30 e convide outros países a participarem ativamente do evento”, destacou o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty.

Os debates no G7 estão estruturados em três grandes eixos relacionados à segurança energética e à sustentabilidade econômica:

  1. Tecnologia e inovação aplicada à transição energética;
  2. Diversificação e fortalecimento das cadeias de minerais críticos, essenciais para energias renováveis, baterias e mobilidade elétrica;
  3. Infraestrutura e investimentos sustentáveis, com foco em resiliência energética e desenvolvimento de baixo carbono.

Minerais críticos: o novo petróleo da transição energética

Um dos temas mais sensíveis na pauta é a segurança nas cadeias produtivas de minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel, cobre e terras raras, fundamentais para a fabricação de painéis solares, turbinas eólicas, baterias de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia.

O Brasil, detentor de reservas estratégicas desses recursos, tem a chance de se consolidar como fornecedor confiável para os mercados internacionais, desde que consiga alinhar desenvolvimento econômico com sustentabilidade socioambiental, especialmente no bioma amazônico e nas regiões de fronteira mineral.

Clima e energia: COP-30 no radar do G7

Além das discussões sobre energia, o G7 também será palco para articular compromissos prévios à COP-30, que acontecerá em novembro de 2025. O governo brasileiro busca utilizar o encontro como plataforma para fortalecer acordos bilaterais e multilaterais, atrair investimentos verdes e mobilizar recursos financeiros para financiar a transição energética, a descarbonização da indústria e a proteção dos biomas.

“O G7 é uma etapa fundamental de diplomacia climática e energética. É o espaço onde se alinham interesses econômicos, segurança energética e compromissos ambientais que impactam diretamente o futuro do planeta”, reforçou o embaixador Lyrio.

Geopolítica da energia: Brasil amplia influência internacional

O convite para a participação do Brasil reflete a importância crescente do país na geopolítica da energia e do clima. O modelo energético brasileiro, baseado em uma matriz elétrica composta por mais de 80% de fontes renováveis, é referência global. Além disso, o avanço dos investimentos em hidrogênio verde, bioenergia, energia solar, eólica e armazenamento de energia reforça a posição estratégica do país nos fóruns internacionais.

A presença de Lula no G7 não se limita à diplomacia ambiental. Ela abre espaço para negociações comerciais em energia, infraestrutura sustentável e financiamento para projetos de baixo carbono, além de consolidar a imagem do Brasil como player estratégico na nova economia verde global.

Conclusão: Brasil como protagonista da segurança energética e da ação climática

A participação do Brasil na Cúpula do G7, no Canadá, simboliza mais do que diplomacia. Representa a consolidação de uma estratégia nacional que une transição energética, crescimento econômico sustentável e liderança climática.

Em um cenário internacional cada vez mais desafiador — marcado por tensões geopolíticas, crises energéticas e emergência climática —, o país se posiciona para desempenhar um papel decisivo na construção de um futuro energético seguro, inclusivo e de baixo carbono.

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