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Chuvas acima do esperado elevam projeção para reservatórios hidrelétricos no Sudeste e Centro-Oeste, aponta ONS

Operador Nacional do Sistema Elétrico revê estimativas de afluência para junho e ajusta para baixo previsão de crescimento da carga de energia no país

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou nesta sexta-feira (7) uma atualização positiva das projeções hidrológicas para o mês de junho, elevando as estimativas de chuvas incidentes sobre os principais reservatórios hidrelétricos do Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A nova previsão indica um cenário mais favorável para a segurança energética do país, ao mesmo tempo em que o ONS também realizou um pequeno ajuste para baixo na projeção de crescimento da carga de energia para o mesmo período.

De acordo com o boletim semanal do ONS, a estimativa de Energia Natural Afluente (ENA) — indicador que representa o volume de água disponível para geração nas usinas hidrelétricas — nas regiões Sudeste e Centro-Oeste foi revisada para 80% da média histórica de longo termo. Esse valor representa uma ligeira elevação em relação à projeção da semana anterior, que era de 78%.

As regiões Sudeste e Centro-Oeste são estratégicas para o sistema elétrico nacional, por concentrarem os maiores reservatórios do país, responsáveis por cerca de 70% da capacidade total de armazenamento de água para geração hidrelétrica. Um aumento na afluência nessas regiões é, portanto, um indicador relevante de alívio nas pressões sobre a matriz elétrica brasileira, ainda fortemente dependente da geração hidrelétrica, especialmente em momentos de menor desempenho de outras fontes, como eólica ou solar.

Nordeste e Norte também registram leve melhora

Além das regiões centrais do país, o ONS também elevou marginalmente a projeção de afluência para o Norte e o Nordeste. No Norte, a estimativa subiu de 59% para 60% da média histórica, enquanto no Nordeste houve uma alta mais significativa: de 35% para 39%.

Embora esses valores ainda representem níveis abaixo da média, a melhora gradual nas previsões indica maior estabilidade hídrica nos subsistemas. Para o Nordeste, em especial, a recuperação da ENA é estratégica para o planejamento da operação integrada do Sistema Interligado Nacional (SIN), dado o papel crescente da região na geração complementar de energia, especialmente via fontes renováveis não convencionais.

Por outro lado, o Sul foi a única região a apresentar revisão negativa: a estimativa de chuvas caiu de 108% para 90% da média histórica, refletindo uma redução nas precipitações previstas para junho. Essa oscilação, no entanto, não compromete de forma significativa a segurança energética da região, uma vez que os reservatórios do Sul possuem menor representatividade no sistema nacional e já vinham de um cenário hidrológico acima da média.

Carga de energia apresenta leve revisão para baixo

O ONS também revisou a expectativa de crescimento da carga de energia para o mês de junho. Agora, o órgão prevê um aumento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2024, ligeiramente abaixo dos 0,7% projetados na semana anterior.

Esse leve ajuste pode estar relacionado a fatores como temperaturas mais amenas, desaceleração do consumo industrial ou mudança no perfil de consumo residencial. Ainda assim, o crescimento da carga, mesmo que moderado, sinaliza a continuidade da recuperação do consumo de eletricidade no país.

Impactos sobre o planejamento do setor elétrico

As atualizações semanais do ONS são fundamentais para o planejamento da operação do sistema elétrico e para a tomada de decisões tanto por agentes públicos quanto privados. A elevação das estimativas de afluência nas principais bacias hidrelétricas contribui para a manutenção de níveis satisfatórios nos reservatórios e reduz a necessidade de acionamento de termelétricas, geralmente mais caras e poluentes.

Para os consumidores, um cenário hídrico mais favorável ajuda a conter pressões tarifárias e melhora as perspectivas de estabilidade na oferta de energia, especialmente em um contexto de transição energética e expansão das fontes renováveis variáveis.

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