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Leilão dos Sistemas Isolados atrai 241 projetos e consolida avanço das renováveis na região norte

Previsto para setembro, o Leilão SISOL 2025 reúne propostas com mais de 1.870 MW em capacidade instalada e amplia presença de fontes limpas em áreas remotas

O setor elétrico brasileiro caminha para um novo marco na universalização e sustentabilidade da geração de energia. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou em fevereiro o Informe de Cadastramento dos Projetos para o Leilão dos Sistemas Isolados de 2025 (SISOL 2025), previsto para ocorrer em setembro deste ano. A concorrência foi oficialmente autorizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) por meio da Portaria Normativa nº 92/GM/MME/2024.

O certame visa contratar soluções de suprimento para localidades não integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), concentradas majoritariamente nas regiões Norte e parte do Centro-Oeste do Brasil, territórios que enfrentam desafios logísticos e de infraestrutura para acesso à energia. Ao todo, 241 projetos foram cadastrados, com um total de capacidade instalada superior a 1.870 megawatts (MW), incluindo centrais híbridas que combinam tecnologias térmicas, solares e sistemas de armazenamento de energia.

Renováveis ganham protagonismo nas soluções para áreas remotas

Um dos destaques do Leilão SISOL 2025 é a obrigatoriedade de que todas as soluções cadastradas contem com, no mínimo, 22% de participação de energia proveniente de fontes renováveis. A regra impulsiona a diversificação da matriz energética nas regiões isoladas e marca uma mudança estratégica em relação aos modelos anteriores, tradicionalmente baseados no uso intensivo de combustíveis fósseis, especialmente o óleo diesel.

A tendência de hibridização, que une fontes térmicas à solar fotovoltaica e ao armazenamento por baterias, aparece como alternativa viável e mais limpa para o fornecimento contínuo de energia. Essa abordagem não apenas reduz a pegada de carbono dos sistemas isolados, como também promove ganhos de eficiência, menor custo operacional e mais resiliência no suprimento.

Panorama do cadastramento: diversidade tecnológica e inovação

Segundo o Informe publicado pela EPE, os 241 projetos cadastrados contemplam soluções variadas, com destaque para:

  • Sistemas híbridos com geração solar e armazenamento;
  • Termelétricas com integração de renováveis;
  • Modelos inovadores de microgrids adaptados à realidade das comunidades amazônicas;
  • Propostas com soluções logísticas diferenciadas para regiões de difícil acesso.

A elevada adesão ao cadastramento evidencia o crescente interesse de investidores e desenvolvedores em atuar no segmento dos sistemas isolados, especialmente diante do novo marco regulatório que favorece o uso de fontes sustentáveis.

Importância estratégica do Leilão SISOL 2025

O Leilão dos Sistemas Isolados tem papel fundamental no processo de inclusão energética, viabilizando o fornecimento contínuo, confiável e com menor impacto ambiental a populações que, historicamente, enfrentam dificuldades no acesso à eletricidade. Os contratos firmados nesse tipo de leilão garantem suprimento por prazos longos, muitas vezes superiores a 15 anos, o que assegura previsibilidade tanto para os consumidores quanto para os investidores.

Além disso, o leilão contribui diretamente para os compromissos ambientais do Brasil, ao ampliar a participação de renováveis mesmo em contextos operacionais desafiadores. A combinação de inovação tecnológica, eficiência logística e sustentabilidade forma a base para uma política energética mais inclusiva e compatível com os objetivos da transição energética.

Próximos passos e cronograma

Com o cadastramento encerrado, o processo segue para as etapas de habilitação técnica e jurídica dos projetos. O leilão está previsto para setembro de 2025 e deverá movimentar bilhões em investimentos nos próximos anos.

Todas as informações atualizadas sobre o andamento do processo podem ser consultadas no site da EPE, na seção dedicada ao Leilão SISOL 2025 (acesse aqui).

O Leilão dos Sistemas Isolados de 2025 se consolida como um exemplo de como a política energética pode combinar justiça social, inovação tecnológica e responsabilidade ambiental. Ao atrair centenas de projetos com soluções híbridas e foco em energias renováveis, o certame representa um passo importante rumo à universalização do acesso à energia elétrica com menor impacto ambiental, especialmente nas regiões mais desafiadoras do território nacional.

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