Financiamento do BNDES impulsiona o Complexo Eólico Serra do Tigre, um dos maiores do Brasil, reforçando a transição energética nacional
O Brasil avança no setor de energias renováveis com um novo e expressivo investimento na geração de eletricidade limpa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 690 milhões para a construção de dois parques eólicos no Rio Grande do Norte, que integram o Complexo Eólico Serra do Tigre. A iniciativa, liderada pela TGR Subholding 1 S.A., subsidiária da Casa dos Ventos, reforça a expansão da energia eólica no país e deve gerar cerca de 3,5 mil empregos diretos e indiretos.
A construção dos parques está prevista para ocorrer nos municípios de Campo Redondo, Currais Novos, Lajes Pintadas e São Tomé. O Complexo Serra do Tigre contará, ao todo, com 12 parques eólicos e terá uma capacidade total de geração de 756 megawatts (MW). A operação comercial plena do complexo deve começar em 2026, consolidando o Rio Grande do Norte como um dos principais polos de energia renovável do Brasil.
Financiamento estratégico para a transição energética
Dos R$ 690 milhões destinados ao projeto, R$ 500 milhões são provenientes do Fundo Clima, com as novas condições de financiamento para projetos eólicos aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional em dezembro de 2024. Os R$ 190 milhões restantes fazem parte da linha de crédito BNDES Finem (Linha Incentivada B/Energia). O investimento total no projeto é estimado em R$ 889,4 milhões.
O financiamento contempla especificamente dois parques do complexo, Ventos de São Rafael 03 e Ventos de São Rafael 06, que terão uma capacidade instalada conjunta de 121,5 MW. Além disso, a infraestrutura contará com um sistema de transmissão associado, composto por duas linhas de transmissão com 114 km e 25 km de extensão, além de duas subestações coletoras. A conexão do complexo ao Sistema Interligado Nacional (SIN) será realizada por meio da Subestação Santa Luzia II, de propriedade do Grupo Neoenergia.
Os aerogeradores do Complexo Eólico Serra do Tigre serão fornecidos pela Vestas, com fabricação em Aquiraz, no Ceará. A escolha de fornecedores nacionais para a produção dos equipamentos reforça a importância do desenvolvimento da cadeia produtiva da energia renovável no Brasil, gerando empregos e estimulando a economia local.
Brasil na liderança da energia limpa
Com a crescente demanda global por fontes de energia sustentáveis, o Brasil tem se destacado como uma potência em energias renováveis. O BNDES desempenha um papel crucial nesse cenário e, segundo a Bloomberg, é o maior financiador de energia limpa do mundo, tendo destinado mais de US$ 36 bilhões ao setor no país desde 2004.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca a relevância do financiamento para o desenvolvimento sustentável. “O projeto do Complexo Serra do Tigre está alinhado com a missão do Banco de diversificar a matriz energética brasileira, promovendo uma fonte renovável de eletricidade e evitando a emissão de cerca de 188,4 mil toneladas de CO₂ por ano”, afirma.
Ivan Hong, diretor financeiro da Casa dos Ventos, também ressalta a importância do empreendimento. “O Complexo Eólico Serra do Tigre será um dos maiores do Brasil e um incremento significativo na matriz elétrica renovável. Estamos à frente desse movimento com um portfólio robusto e buscando sempre as melhores opções de financiamento para nossos empreendimentos”, explica.
Impactos e perspectivas para o setor de energia renovável
A energia eólica tem sido um dos principais vetores de crescimento da matriz energética brasileira. Em 2023, essa fonte renovável já representava cerca de 14% da capacidade instalada do país, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). O investimento no Complexo Serra do Tigre reforça esse avanço e contribui para consolidar o Brasil como um dos líderes mundiais no setor.
Além da geração de energia limpa, projetos desse porte têm um impacto econômico significativo, gerando empregos e fortalecendo a indústria nacional de equipamentos para energias renováveis. O Rio Grande do Norte, estado com a maior capacidade instalada de energia eólica do Brasil, segue recebendo investimentos estratégicos que impulsionam o desenvolvimento sustentável.
À medida que o Brasil avança na transição energética, projetos como o Complexo Serra do Tigre demonstram o potencial do país para se tornar um protagonista global na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis. Com políticas de financiamento adequadas e investimentos robustos, a energia limpa continuará a ganhar espaço na matriz energética nacional, beneficiando a economia e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.