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PROCEL: Programa visa aumentar a eficiência energética em indústrias de cinco estados e reduzir custos operacionais

Programa do MME e ENBPar selecionará 170 empresas em cinco estados para diagnóstico gratuito e implementação de soluções sustentáveis

O setor industrial brasileiro tem a oportunidade de reduzir seus custos operacionais e contribuir para a descarbonização com o lançamento da chamada pública do projeto “Eficiência Energética em Sistemas de Ar Comprimido em Indústrias”. A iniciativa, promovida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), oferecerá diagnósticos energéticos gratuitos para até 170 indústrias nos estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

A proposta do projeto é identificar oportunidades de economia e eficiência no uso da energia elétrica, um dos principais desafios do setor industrial, que representa cerca de 40% do consumo energético do país, de acordo com o Balanço Energético Nacional. Com foco na otimização de sistemas de ar comprimido, que frequentemente são responsáveis por um consumo excessivo de eletricidade, a iniciativa busca viabilizar soluções eficientes e economicamente viáveis, reduzindo desperdícios e promovendo práticas sustentáveis.

As empresas interessadas devem se inscrever até o dia 13 de junho para participar da seleção. Os diagnósticos energéticos serão financiados pelo projeto, mas as indústrias selecionadas precisarão arcar com um investimento mínimo de aproximadamente R$ 23 mil para a implementação das medidas recomendadas. O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) acompanhará a adoção dessas soluções e medirá os resultados alcançados.

Eficiência energética como estratégia para competitividade

A adoção de práticas de eficiência energética não é apenas uma exigência ambiental, mas também um diferencial estratégico para as empresas. Com a crescente pressão por sustentabilidade e a busca por redução de custos operacionais, a modernização dos sistemas industriais pode representar ganhos financeiros significativos no médio e longo prazo.

De acordo com Miguel Marques, diretor de Programas de Governo da ENBPar, o projeto tem potencial para gerar uma economia de energia de 15% a 30% nas indústrias selecionadas. “A eficiência energética é uma das formas mais eficazes de reduzir emissões de gases de efeito estufa e melhorar a competitividade do setor industrial. Essa chamada pública representa um passo importante para transformar a matriz energética das empresas e reduzir desperdícios”, destaca Marques.

O projeto também busca criar um efeito multiplicador, incentivando outras indústrias a adotarem medidas semelhantes. Samira Sousa, coordenadora geral de Eficiência Energética do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética do MME, reforça a importância do programa para o avanço da eficiência no setor. “Os estados selecionados possuem um grande número de empresas com potencial para implementar essas soluções, gerando impacto positivo não apenas na economia de energia, mas também na modernização e na inovação do setor industrial brasileiro”, afirma.

Apoio internacional e inovação tecnológica

A iniciativa conta com o apoio técnico da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com financiamento do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). Além disso, a consultoria Mitsidi foi contratada para contribuir com a estruturação e implementação do projeto.

Para Daniel Almarza, diretor do Projeto Sistemas de Energia do Futuro da GIZ, essa colaboração reforça o compromisso da Alemanha com a inovação e a sustentabilidade no setor industrial brasileiro. “A digitalização e a aplicação de novas tecnologias são fundamentais para aumentar a eficiência energética. Esse projeto não apenas reduz custos para as empresas, mas também abre caminho para a transformação da indústria brasileira, tornando-a mais competitiva e sustentável”, explica.

Inscrições abertas até 13 de junho

As indústrias interessadas em participar da chamada pública devem se inscrever até 13 de junho. A expectativa é que as soluções implementadas tragam impactos duradouros na redução do consumo de energia elétrica, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a eficiência do setor industrial brasileiro.

O sucesso dessa iniciativa pode servir de modelo para futuras políticas públicas e programas de incentivo à eficiência energética, consolidando a importância do setor industrial na transição para uma economia de baixo carbono.

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