Projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico indica níveis elevados de armazenamento e aumento da demanda no país
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou nesta semana as projeções para o setor elétrico em fevereiro de 2025, trazendo um cenário otimista para o fornecimento de energia no Brasil. De acordo com o boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), a energia natural afluente (ENA) permanece estável e os reservatórios devem encerrar o mês com níveis superiores a 70% em todas as regiões do país.
Essa condição reforça a segurança energética nacional e garante um abastecimento mais previsível para os consumidores. Além disso, a demanda de eletricidade continua em crescimento, impulsionada pelo avanço da atividade econômica e pelas altas temperaturas registradas neste verão.
Os dados do ONS apontam que o subsistema Norte terá o melhor desempenho, com 110% da Média de Longo Termo (MLT), enquanto o Sudeste/Centro-Oeste atingirá 95% da MLT. Já o Nordeste e o Sul devem alcançar 86% e 80%, respectivamente.
Para o diretor-geral do ONS, Márcio Rea, os resultados refletem tanto as condições climáticas favoráveis quanto o planejamento eficiente da operação do sistema elétrico. “Estamos no período úmido e, até agora, ele tem sido positivo para a recuperação dos reservatórios. Além das boas afluências, temos implementado estratégias que asseguram a estabilidade do fornecimento de energia no país”, destacou.
Níveis de Reservatórios Garantem Segurança Energética
A Energia Armazenada (EAR) continua robusta em todos os subsistemas, fortalecendo a capacidade do país de enfrentar períodos de menor chuvas no futuro. Os índices projetados para o final de fevereiro são:
- Região Norte: 93,1%
- Nordeste: 79,2%
- Sudeste/Centro-Oeste: 74,2%
- Sul: 70,6%
Com esses percentuais, o Brasil mantém um estoque confortável de água nos reservatórios, essencial para garantir a estabilidade da geração de energia hidrelétrica, que ainda representa a maior parte da matriz elétrica nacional.
Consumo de Energia Cresce e Acompanha Expansão Econômica
Outro fator relevante apontado pelo ONS é o crescimento do consumo de energia elétrica no Brasil. O Sistema Interligado Nacional (SIN) apresentou um aumento de 3,7% na carga, totalizando 86.400 MW médios.
O Norte lidera o crescimento do consumo, com alta de 7,1%, seguido pelo Nordeste (+4,1%), Sudeste/Centro-Oeste (+3,9%) e Sul (+1,2%). Esse avanço reflete a retomada da atividade econômica, o aumento da produção industrial e o uso mais intenso de sistemas de refrigeração devido ao calor intenso registrado neste início de ano.
Custos da Energia Mantêm Estabilidade
A oferta elevada de eletricidade e os bons níveis de armazenamento também têm impacto positivo sobre os custos operacionais do setor. O Custo Marginal de Operação (CMO) permanece zerado nos subsistemas Nordeste e Norte, enquanto no Sudeste/Centro-Oeste e Sul está fixado em R$ 59,99/MWh e R$ 60,11/MWh, respectivamente.
Essa condição reduz a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que possuem custo mais elevado, e contribui para tarifas mais estáveis para os consumidores.
O Que Esperar para o Setor Elétrico em 2025?
Com um início de ano positivo, o Brasil segue em uma trajetória de segurança energética, garantindo energia suficiente para atender à crescente demanda. As chuvas de verão têm ajudado a manter os reservatórios em níveis satisfatórios, e o avanço das fontes renováveis, como a solar e a eólica, tem complementado a matriz elétrica nacional.
A expectativa é que os preços da energia se mantenham controlados e que o setor continue expandindo sua capacidade instalada, especialmente com o crescimento do mercado livre de energia, que tem atraído cada vez mais consumidores em busca de maior previsibilidade e redução de custos.
Para os especialistas, o grande desafio do setor será manter a eficiência operacional e aprimorar a infraestrutura de transmissão, garantindo que a energia gerada chegue com qualidade e segurança aos centros de consumo.
Com planejamento e estratégias bem definidas, o setor elétrico brasileiro inicia 2025 com um cenário estável e promissor, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a confiabilidade do suprimento energético no país.