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Parques Eólicos Financiados pela Sudene Elevam PIB de Municípios Nordestinos em 20%, Revela Estudo da UFC

Pesquisa mostra impactos positivos nos setores industrial e de serviços, com crescimento econômico e geração de empregos formais em cidades beneficiadas

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) revela que os parques eólicos financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) contribuíram para um aumento de 20% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita de municípios nordestinos entre 2001 e 2022. O levantamento, que analisou 355 cidades na área de atuação da Sudene, também aponta um crescimento significativo na geração de empregos formais e no fortalecimento dos setores industrial e de serviços.

Impacto Econômico e Social: Desenvolvimento Regional em Destaque

Conduzida por uma equipe multidisciplinar liderada pelo professor Guilherme Irffi, da Faculdade de Economia da UFC, a pesquisa comparou municípios com e sem parques eólicos, demonstrando os benefícios gerados pelo investimento em energia renovável. Os resultados foram premiados no 9º Prêmio Tesouro Nacional de Finanças Públicas, reconhecendo a relevância do trabalho para a análise de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional.

Entre os indicadores avaliados estão emprego, renda média, massa salarial e o Valor Adicionado Bruto (VAB) nos setores de serviços, industrial e agrícola. Segundo o estudo, os parques eólicos trouxeram mudanças significativas à dinâmica econômica das cidades, impulsionando o crescimento de forma sustentável.

Transformação dos Setores Industrial e de Serviços

Os municípios com parques eólicos operacionais registraram um aumento expressivo no VAB da indústria, que cresceu 105% após a conclusão das obras. Durante a fase de construção, esse crescimento foi de 32%. Já no setor de serviços, o valor adicionado subiu 10,78% em cidades com parques em operação, indicando a durabilidade dos benefícios econômicos.

Embora tenha sido observado um impacto inicial negativo de 8,9% no VAB agrícola durante a construção dos parques, devido à ocupação temporária de terras, esses efeitos foram neutralizados após a conclusão das obras.

Geração de Empregos e Melhoria na Qualidade de Vida

O mercado de trabalho também sentiu os efeitos positivos da expansão dos parques eólicos. Nas cidades beneficiadas, houve um aumento de 23% nos postos formais de emprego e uma elevação de 27,51% na massa salarial. Durante a fase de construção, os empregos gerados cresceram 19,40%, enquanto a massa salarial subiu 25,43%.

Para Heitor Freire, diretor de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos da Sudene, a instalação de parques eólicos vai além dos ganhos econômicos. “O resultado é um desenvolvimento sustentável, que combina uma economia mais robusta com uma visão comprometida com a sustentabilidade. Além disso, promove mudanças culturais nas comunidades locais, fortalecendo o compromisso com uma matriz energética renovável.”

Futuro Sustentável e Parcerias Estratégicas

O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste é um dos principais instrumentos financeiros utilizados pela Sudene para atrair investimentos e fomentar projetos estratégicos na região. Com uma estimativa de R$ 1,2 bilhão para 2024, o fundo oferece prazos de até 20 anos para amortização de financiamentos, facilitando a implantação de empreendimentos em setores prioritários.

Danilo Cabral, superintendente da Sudene, enfatizou a importância de aprimorar os instrumentos de financiamento. “Os fundos regionais fortalecem as boas oportunidades de mercado oferecidas pelo Nordeste, especialmente no setor de energia. Estamos constantemente analisando os impactos reais desse fomento para aperfeiçoar nossas estratégias e ampliar a oferta de crédito.”

A Sudene também busca parcerias internacionais para ampliar os recursos do FDNE, trabalhando com instituições como o Banco Mundial, o Banco dos Brics (NDB) e a Agência Francesa de Desenvolvimento.

Sustentabilidade e Progresso Regional

O estudo da UFC reforça o papel da energia renovável como catalisadora de crescimento no Nordeste, destacando o potencial do setor de transformar realidades econômicas e sociais. Com o apoio do FDNE e iniciativas como o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), os parques eólicos se consolidam como um pilar estratégico para a transição energética e a redução das desigualdades regionais.

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