Crescimento de 30% em relação a 2023 posiciona a energia solar como a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, destacando o Brasil no cenário global
O setor de energia solar fotovoltaica no Brasil teve um desempenho histórico em 2024, com investimentos que ultrapassaram R$ 54,9 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Esse montante reflete um crescimento de 30% em relação ao acumulado de 2023 e consolida o papel da energia solar como um dos principais pilares do setor energético nacional.
Desde 2012, o Brasil já acumula mais de R$ 239 bilhões em investimentos no setor solar, que tem impulsionado não apenas a transição energética no país, mas também gerado impactos sociais significativos. Até agora, mais de 1,5 milhão de empregos foram criados diretamente pelos parques solares e sistemas de geração própria, espalhados por todas as regiões. Só em 2024, foram 429 mil novos empregos verdes no Brasil, número que reforça a relevância do setor na geração de trabalho e renda.
Crescimento na matriz elétrica
Em termos de potência instalada, o Brasil adicionou 14,3 gigawatts (GW) de energia solar à sua matriz elétrica em 2024. Essa expansão abrange tanto os pequenos e médios sistemas de geração própria quanto as grandes usinas solares, com destaque para os 8,7 GW de geração distribuída e 5,7 GW de geração centralizada. Atualmente, a fonte solar representa 21,3% da matriz elétrica nacional, consolidando-se como a segunda maior fonte do país, atrás apenas da energia hídrica.
No total, o Brasil já alcançou 52,2 GW de potência operacional acumulada desde 2012, sendo 35 GW provenientes de sistemas de geração distribuída e 17,2 GW de usinas solares de grande porte.
Impacto econômico e ambiental
O avanço da energia solar também trouxe benefícios expressivos em termos de arrecadação de tributos. Desde 2012, o segmento de grandes usinas solares gerou R$ 24,4 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, enquanto a geração distribuída contribuiu com R$ 49,6 bilhões. Juntas, essas modalidades já somaram mais de R$ 239 bilhões em investimentos diretos na economia brasileira.
Além disso, os sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede já beneficiam 4,6 milhões de unidades consumidoras no Brasil, entre residências, empresas, propriedades rurais e prédios públicos. A tecnologia, que domina 99,9% das conexões de geração própria, tem promovido economia e sustentabilidade para milhões de brasileiros.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, destacou o papel estratégico da energia solar na descarbonização da economia brasileira. “O Brasil possui um dos melhores recursos solares do mundo, mas ainda está muito aquém do seu potencial. Temos mais de 93,2 milhões de consumidores de energia elétrica no país, mas menos de 5% utilizam o sol para gerar eletricidade. Para efeito de comparação, na Austrália, esse índice supera 33%”, pontuou.
Desafios e oportunidades
Apesar do crescimento exponencial, especialistas apontam que ainda há muito espaço para expansão. A energia solar, que já está presente em 26 estados brasileiros por meio de grandes usinas e em todas as regiões com geração distribuída, ainda pode atingir uma parcela maior da população, especialmente em regiões menos exploradas.
A transição para um modelo energético mais sustentável também tem atraído investidores estrangeiros e promovido parcerias público-privadas, criando um ambiente de negócios favorável para o avanço do setor.