Recuperação dos reservatórios do SIN atinge 50%, impulsionada por chuvas e energias renováveis

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Com o retorno das chuvas e o avanço de fontes eólica e solar, usinas hidrelétricas recuperam capacidade após crise hídrica histórica

Os reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), responsáveis por grande parte da geração de energia no Brasil, chegaram à marca de 50% de armazenamento, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esse resultado, divulgado nesta sexta-feira, reflete o início do período chuvoso e a adoção de medidas estratégicas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), trazendo alívio após um dos piores períodos de estiagem registrados na história do país.

A recuperação é significativa, considerando que, no dia 6 de novembro, os reservatórios haviam atingido o nível mais baixo do ano, 43,69%. O impacto das chuvas, aliado à crescente participação de fontes renováveis como a solar e a eólica, tem permitido que o Brasil enfrente a crise hídrica de maneira mais resiliente.

De acordo com Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, o momento é resultado de um planejamento cuidadoso e da expansão das matrizes renováveis:
“Um país que detém 12% da água doce do planeta precisa de políticas públicas eficientes para manejar seus recursos hídricos. Estamos comprometidos em garantir energia de qualidade, confiável e sustentável para todos os brasileiros.”

Políticas Estratégicas no Centro-Oeste e Norte

Entre as medidas implementadas pelo Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE), destaca-se a restrição de vazão defluente nos reservatórios das UHE Jupiá e Porto Primavera, localizadas nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Essa ação foi fundamental para preservar até 11% do volume de água nos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que juntas representam cerca de 70% da capacidade de armazenamento do Brasil.

Além disso, na região Norte, que enfrentou severa escassez hídrica em 2024, foram adotadas medidas de reserva de água em reservatórios estratégicos, como os localizados no Rio Xingu. Essa gestão foi particularmente importante para regiões afetadas pela seca extrema, que levaram a declarações de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Renováveis Transformam o Cenário Energético

Outro fator decisivo para o aumento da segurança energética em 2024 foi o avanço recorde da geração de energia eólica e solar no Brasil. Essas matrizes renováveis, além de fornecerem energia limpa e estável, têm contribuído para reduzir a pressão sobre os reservatórios hidrelétricos, possibilitando maior preservação dos recursos hídricos.

Em 2024, o Brasil consolidou sua posição como líder mundial em energia renovável. Dados do setor indicam que a capacidade instalada de geração eólica ultrapassou os 30 GW, enquanto a solar atingiu mais de 28 GW, colocando ambas as fontes como peças-chave na matriz energética do país.

“A contribuição das energias eólica e solar tem sido fundamental para os resultados positivos alcançados. Em 2025, seguiremos ampliando essas fontes e garantindo o uso sustentável da água para todos os brasileiros,” afirmou Silveira.

Avanços e Desafios no Setor Hidroenergético

Embora o cenário atual traga otimismo, especialistas alertam que a gestão dos recursos hídricos precisa continuar sendo uma prioridade. A recente crise hídrica, a mais severa já registrada, expôs a vulnerabilidade do Brasil a períodos prolongados de estiagem, mesmo com sua vasta disponibilidade de água doce.

Os investimentos em tecnologias para otimizar a gestão hídrica, como sistemas de monitoramento em tempo real e ferramentas de previsão climática, têm sido fundamentais para enfrentar períodos críticos. Além disso, a diversificação da matriz energética, com maior participação de fontes renováveis, segue como uma estratégia indispensável para o futuro.

Perspectivas para 2025

Com a expectativa de um ano mais estável em termos climáticos e o fortalecimento das energias renováveis, o governo e o setor energético têm metas ambiciosas para 2025. Entre elas, está o aumento da capacidade de geração eólica e solar e o aprimoramento da gestão dos recursos hídricos.

A marca de 50% nos reservatórios do SIN é um marco importante, mas também um lembrete da necessidade de planejamento contínuo e da importância de adotar soluções sustentáveis para garantir a segurança energética do país.

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