Expansão de unidades consumidoras e avanço tecnológico indicam um novo cenário competitivo e sustentável para o setor elétrico brasileiro
O Encontro do Mercado Livre destacou avanços significativos no setor, marcados por recordes históricos e debates sobre aprimoramentos regulatórios e tecnológicos. Segundo dados apresentados pela Vice-Presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Gerusa Côrtes, o mercado livre de energia obteve um crescimento expressivo em 2024, com um aumento de 183% na migração de unidades consumidoras (UCs) em relação ao ano anterior.
Um mercado em expansão
Atualmente, o mercado livre representa 39% do consumo de energia elétrica do Brasil, com 58.875 cargas ativas no Ambiente de Contratação Livre (ACL). Entre elas, 18.344 são geridas por varejistas, que registram alta significativa de habilitações – hoje somando 129, com 23 em processo de entrada.
Os consumidores do grupo A (média e baixa tensão) ganham destaque, com 223 mil clientes aptos a operar no mercado livre ou cativo. Essa liberdade de escolha coloca em evidência o potencial do segmento para atrair consumidores e expandir ainda mais sua participação.
Avanços regulatórios e segurança do mercado
Entre os pilares debatidos no encontro, a evolução regulatória foi apontada como essencial para garantir um ambiente competitivo e sustentável. Destaques incluem a implementação do conceito de Open Energy, que promove simetria de informações entre consumidores e agentes, e o debate sobre novos modelos de negócio, como a geração distribuída e autoprodução de energia.
Além disso, reforços no monitoramento prudencial, penalidades e garantias financeiras visam mitigar riscos e oferecer maior segurança aos consumidores.
Abertura total do mercado e desafios regulatórios
O processo de abertura do mercado para consumidores do grupo B (baixa tensão), que ainda integram o mercado cativo, foi abordado como um desafio estratégico. Com 90 milhões de consumidores nesse perfil, a transição exige equilíbrio entre sustentabilidade do mercado regulado e simplificação operacional.
Para garantir uma evolução saudável, o setor discute estratégias para equilibrar encargos e subsídios, além de alinhar contratos legados com as demandas das distribuidoras.
Tecnologia como aliada estratégica
A adoção de tecnologias emergentes foi outro ponto alto do encontro. Soluções como inteligência artificial, integração sistêmica e melhoria na experiência do usuário foram destacadas como transformadoras para o varejo.
Em sintonia com a transformação energética, a tecnologia desempenha papel crucial ao integrar inovação e competitividade no mercado livre. A previsão de um workshop específico sobre formação de preço em 27 de novembro reflete a importância de ajustes regulatórios e tecnológicos contínuos para o setor.
Com um crescimento acelerado, o mercado livre de energia desponta como um dos pilares do futuro energético brasileiro. Sua expansão não apenas reflete a competitividade do setor, mas também reforça o compromisso com a sustentabilidade e a inovação.
Segundo Gerusa Côrtes, “o caminho regulatório, aliado ao uso estratégico de tecnologias, é essencial para consolidar um mercado energético robusto, sustentável e acessível para todos os consumidores.”