Governo e parceiros internacionais buscam projetos para acelerar a transição energética e reduzir emissões no setor industrial brasileiro
O governo brasileiro, em parceria com diversas entidades nacionais e internacionais, anunciou uma importante iniciativa voltada para a descarbonização do setor industrial do país. Em um webinar realizado no dia 18 de outubro de 2024, os Ministérios de Minas e Energia (MME), da Fazenda (MF) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com o apoio da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e da Embaixada do Reino Unido, detalharam a chamada pública para a criação de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil.
Essa chamada pública, que faz parte do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), tem como objetivo identificar e selecionar projetos inovadores que utilizem o hidrogênio como vetor energético para a descarbonização da indústria brasileira. O setor poderá solicitar parte dos R$ 6 bilhões em investimentos disponíveis por meio do Climate Investment Funds (CIF), uma iniciativa global que busca impulsionar a transição energética e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Transição Energética e o Papel do Hidrogênio
O hidrogênio tem ganhado destaque como uma das principais soluções para reduzir emissões em setores de difícil abatimento, como o siderúrgico, químico e de transporte pesado. No Brasil, o PNH2 é a estrutura oficial que coordena as ações voltadas para a criação de uma economia baseada em hidrogênio de baixa emissão. A chamada pública recém-anunciada é uma peça-chave para a consolidação dessa estratégia, que visa implementar hubs de hidrogênio até 2035.
Durante o webinar, Thiago Barral, secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME (Apresentação), enfatizou a importância da iniciativa: “Essa chamada é uma parte importante do esforço coordenado entre os ministérios de Minas e Energia, da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço para ampliar a visibilidade e criar políticas públicas que estejam alinhadas com as oportunidades de descarbonização industrial e desenvolvimento energético no Brasil.”
Oportunidades de Financiamento e Investimentos
A chamada pública oferece uma oportunidade única para empresas e setores industriais que buscam se alinhar com as metas globais de redução de emissões de carbono. Os projetos aprovados terão acesso ao financiamento do Climate Investment Funds, o que permitirá a implementação de soluções inovadoras em várias etapas do processo, desde a engenharia até a aquisição de equipamentos e capital de giro.
Os projetos selecionados pela chamada serão convidados a apresentar um Plano de Investimento detalhado. Caso o plano seja aprovado, o financiamento será liberado, ajudando a acelerar a implementação das soluções propostas.
O período para submissão de candidaturas está aberto até o dia 2 de novembro de 2024, e as propostas devem atender aos critérios de elegibilidade estabelecidos, com foco em setores que têm dificuldade para reduzir suas emissões. Os projetos também devem estar alinhados aos objetivos do CIF e contribuir para a transição energética sustentável do Brasil.
Cooperação Internacional e Impacto Global
Essa iniciativa é parte de um esforço maior de cooperação entre Brasil e Reino Unido, lançado durante a COP28, como parte do Brazil-UK Hydrogen HUB (HUB H2). A parceria, coordenada pelo Departamento de Segurança Energética e Net Zero (DESNZ) do Reino Unido e pela UNIDO, visa promover o desenvolvimento de soluções baseadas em hidrogênio para a descarbonização de grandes economias emergentes, como o Brasil.
Lucas Thompson, representante da Embaixada do Reino Unido, ressaltou a importância dessa parceria: “O Brasil tem um enorme potencial para se tornar um líder global na produção de hidrogênio verde, e essa chamada pública é um passo importante para que o país alcance suas metas climáticas e ao mesmo tempo fortaleça sua economia.”
Além do impacto ambiental, o desenvolvimento de hubs de hidrogênio pode gerar benefícios econômicos significativos, como a criação de novos empregos e o aumento da competitividade das indústrias brasileiras no mercado internacional. Ao liderar a transição para uma economia de baixo carbono, o Brasil pode se posicionar como um hub global de tecnologia e inovação no setor energético.