Técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços destacam importância do Estado diante dos desafios do setor
Representantes do governo enfatizaram, durante debate na Câmara dos Deputados, a necessidade de o setor público liderar os investimentos para impulsionar a reindustrialização do país, especialmente no contexto da transição energética. Em uma reunião do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara, técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços argumentaram que esses investimentos são essenciais, porém caros e arriscados, e, portanto, não serão predominantemente financiados pelo setor privado.
De acordo com Felipe Machado, representante do ministério, o Brasil possui vantagens competitivas para se destacar na transição energética, como biodiversidade, um amplo mercado interno e histórico de políticas voltadas para energias limpas. No entanto, ele ressaltou que o país precisa do apoio do Estado para competir globalmente nesse contexto.
Machado destacou os esforços de outras nações, como a China e os Estados Unidos, que já investiram significativamente em suas transições energéticas. Ele apontou a importância de fortalecer instituições financeiras como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para possibilitar esses investimentos.
O técnico defendeu a aprovação de projetos de lei que visam facilitar o financiamento público de bens e serviços, além de medidas que promovam a sustentabilidade, como a depreciação acelerada para aquisição de máquinas e a busca por tornar os veículos brasileiros mais sustentáveis.
Lucas Maciel, também do MDIC, ressaltou a atratividade do Brasil para investimentos no setor automotivo devido à produção mais limpa. Ele mencionou projetos legislativos importantes relacionados ao mercado de carbono, economia circular e energia eólica offshore.
Samantha Cunha, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), enfatizou a importância de programas como o Plano Mais Produção do BNDES, que visam modernizar a indústria. Ela refutou críticas sobre o volume de recursos destinados a esses programas, comparando-os ao financiamento da safra agrícola brasileira.
O deputado Luiz Ovando (PP-MS), relator do tema no Cedes, destacou a necessidade de equilibrar a produção de alimentos com a sustentabilidade ambiental.
O debate reflete a urgência e a complexidade da transição energética na indústria brasileira e a necessidade de ações coordenadas do governo e do setor privado para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável.