Durante cúpula no Itamaraty, ministro Alexandre Silveira destaca expertise brasileira em transição energética e reforça apoio técnico e estratégico aos países caribenhos
O Brasil reforçou, nesta sexta-feira (13/06), seu papel de liderança regional no setor energético ao participar da Sessão Plenária da Cúpula Brasil-Caribe, realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília. O encontro contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de chefes de Estado e autoridades de 17 países caribenhos, além de representantes de organismos multilaterais como a OLADE (Organização Latino-Americana de Energia), o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Na comitiva presidencial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, representou o Brasil nas discussões sobre transição energética, integração regional e desenvolvimento sustentável. O foco foi ampliar a cooperação técnica e política entre Brasil e Caribe para enfrentar desafios estruturais comuns, sobretudo os relacionados ao acesso à energia e à segurança energética em pequenos estados insulares.
“O Brasil tem uma matriz energética predominantemente limpa e consolidou programas bem-sucedidos de inclusão elétrica. Possuímos capacidade técnica e institucional para contribuir com soluções sustentáveis, customizadas às realidades dos países caribenhos”, destacou Silveira. Segundo o ministro, o Brasil está disposto a compartilhar seu know-how em áreas como biocombustíveis, planejamento energético e infraestrutura de transmissão, pilares fundamentais para uma transição energética justa e duradoura.
Cooperação técnica e diplomacia energética
O diálogo promovido na Cúpula se insere em um contexto de crescente necessidade de articulação regional diante das urgências climáticas e dos desafios logísticos enfrentados por nações caribenhas, historicamente dependentes de fontes fósseis e vulneráveis a choques externos.
O ministro Silveira reiterou o compromisso do governo brasileiro em promover um modelo de cooperação baseado na transferência de tecnologia, na formação de quadros técnicos e no intercâmbio regulatório. “Temos condições de construir parcerias energéticas com benefícios compartilhados, respeitando as especificidades locais e promovendo inclusão social e sustentabilidade”, afirmou.
Essa diplomacia técnica se articula com uma estratégia maior do governo brasileiro, que vem posicionando o país como um protagonista na transição energética global — com foco em fontes renováveis, hidrogênio de baixo carbono, eficiência energética e exploração sustentável de minerais estratégicos.
Cúpula reforça laços com 17 países e consolida agenda de integração energética
O evento contou com a presença de representantes de alto escalão de países como Barbados, Belize, Cuba, Curaçao, Guiana, Haiti, Jamaica, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago. Entre os participantes, destacaram-se as falas de chefes de Estado como Miguel Díaz-Canel (Cuba), Mohamed Irfaan Ali (Guiana), Luis Abinader (República Dominicana) e Chan Santokhi (Suriname), que manifestaram interesse em estreitar os vínculos com o Brasil em temas como energia limpa, petróleo, gás e logística energética.
Durante a plenária, o presidente Lula ressaltou a importância de construir uma nova geopolítica regional pautada na solidariedade e no compartilhamento de recursos estratégicos. “Estamos prontos para parcerias de longo prazo. A cooperação em energia renovável, petróleo, gás e minerais críticos será fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável da nossa região”, afirmou.
Um papel estratégico para o Ministério de Minas e Energia
A presença do MME na Cúpula consolida a atuação do ministério como agente estratégico da política externa brasileira no campo energético. O fortalecimento da integração com o Caribe é visto como uma oportunidade para ampliar o mercado de atuação de empresas brasileiras, fomentar investimentos em infraestrutura energética e consolidar o país como referência internacional em energia limpa e sustentável.
A atuação também responde ao apelo por justiça climática e energética em escala regional, promovendo acesso à energia de qualidade para populações historicamente marginalizadas. Nesse sentido, o Brasil oferece ao Caribe não apenas tecnologia, mas também um modelo de governança que alia planejamento, inclusão e inovação.