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Movimentações estratégicas no MME fortalecem posição do Brasil na COP30

Mudança no MME destaca papel central do setor elétrico nos debates globais sobre clima e transição energética; Thiago Barral coordenará área de energia da conferência climática da ONU

O governo federal oficializou na última sexta-feira, 6 de junho, a nomeação de Gustavo Cerqueira Ataide como novo Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e ocorre no contexto da reestruturação institucional para a COP30, que será realizada em novembro deste ano, em Belém (PA). O então secretário, Thiago Barral, assumirá agora a coordenação da área de energia da conferência climática da ONU.

A nomeação de Ataide e a movimentação de Barral refletem não apenas uma mudança administrativa, mas também o fortalecimento do protagonismo do setor energético brasileiro no cenário internacional, especialmente nos fóruns de governança climática.

Novo comando na Secretaria de Transição Energética

Gustavo Ataide possui sólida trajetória no setor público federal. Desde junho de 2019, exerceu diferentes funções estratégicas no MME e em órgãos vinculados. Em setembro de 2020, tornou-se assessor direto do ministro de Minas e Energia. Em outubro de 2023, foi nomeado chefe de gabinete da presidência da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), cargo que ocupava até a presente nomeação.

Com formação técnica e experiência em planejamento energético, Ataide agora assume a missão de liderar uma das áreas mais sensíveis e estratégicas do governo: o planejamento da transição energética brasileira, com foco na descarbonização da matriz, ampliação de fontes renováveis, eficiência energética e integração de novas tecnologias ao sistema elétrico nacional.

Thiago Barral reforça agenda climática da COP30

A saída de Thiago Barral da secretaria tem como objetivo reforçar a participação do Brasil nos debates globais sobre transição energética. Servidor de carreira da EPE desde 2007, Barral presidiu a instituição entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2023. Em seguida, foi nomeado secretário de Transição Energética e Planejamento do MME, onde atuou na formulação de políticas voltadas à modernização da matriz elétrica brasileira e à promoção de investimentos em energia limpa.

Agora, como coordenador da área de energia da COP30, Barral terá papel crucial na articulação da posição brasileira nas negociações multilaterais, que este ano serão sediadas pela primeira vez na Amazônia. A expectativa é de que os temas relacionados à geração limpa, integração regional, hidrogênio verde e financiamento climático estejam entre os principais pontos da agenda.

Relevância estratégica do Brasil na transição energética global

A realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP30) no Brasil, e mais precisamente em Belém do Pará, evidencia o compromisso do país em liderar o debate internacional sobre sustentabilidade, com ênfase na proteção dos biomas e no papel estratégico da energia.

A transição energética justa, inclusiva e financeiramente viável é hoje uma prioridade para os formuladores de políticas públicas e para o setor empresarial. O Brasil, com uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, tem buscado consolidar sua liderança por meio de políticas públicas estruturantes, novas regulamentações e um esforço crescente de planejamento.

A nomeação de Ataide e a designação de Barral para a COP30 refletem esse momento de reposicionamento estratégico, em que o país busca alinhar sua atuação doméstica com o protagonismo esperado nas negociações internacionais. O Ministério de Minas e Energia tem atuado para consolidar diretrizes que orientem investimentos em energia solar, eólica, hidrogênio de baixo carbono, biocombustíveis e tecnologias emergentes como armazenamento e redes inteligentes.

Expectativas para o segundo semestre de 2025

Com a COP30 no horizonte, os próximos meses deverão ser marcados por uma agenda intensa de formulação e articulação. Além da participação brasileira nos compromissos multilaterais, espera-se que a Secretaria de Transição Energética acelere a implementação de medidas internas, como a consolidação do Plano Nacional de Hidrogênio, o avanço de leilões regionais e o aprimoramento das políticas de eficiência energética.

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