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Geração Distribuída ultrapassa 40 GW de potência instalada e alcança 3,5 milhões de unidades consumidoras no Brasil

Segmento está presente em mais de 5,5 mil municípios e consolida o país como referência global em energia descentralizada, com predominância da fonte solar

A Geração Distribuída (GD) brasileira atingiu um novo e expressivo marco: 40 GW de potência instalada, consolidando-se como um dos principais vetores de transformação da matriz elétrica nacional. O setor já atende mais de 3,5 milhões de unidades consumidoras e está presente em 5.559 municípios do país, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), compilados a partir das informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com atualização em 3 de junho de 2025.

Esse crescimento reflete a maturidade do segmento, que tem ampliado seu papel estratégico na diversificação das fontes energéticas, na descentralização da geração e na redução das emissões de carbono, alinhando-se aos compromissos climáticos internacionais assumidos pelo Brasil.

“A Geração Distribuída deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade consolidada em todo o território nacional, com benefícios diretos para consumidores, investidores e o meio ambiente”, afirma a ABGD, entidade que desde 2015 representa mais de 960 empresas associadas envolvidas com o desenvolvimento de soluções renováveis.

Perfil da Geração Distribuída no Brasil

Atualmente, mais de 5,3 milhões de unidades recebem créditos provenientes de sistemas de GD, demonstrando a amplitude e a capilaridade desse modelo de geração de energia. A potência instalada de 40 GW é majoritariamente composta pela fonte solar fotovoltaica, que responde por impressionantes 99,27% do total.

Outras fontes, como hidrelétrica, eólica, biomassa e biogás, embora ainda representem uma parcela pequena, demonstram o potencial de diversificação e inovação tecnológica no setor. A distribuição da potência por fonte evidencia a vocação do Brasil para o aproveitamento de sua elevada irradiação solar, especialmente em estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste.

No recorte por classes de consumo, o setor comercial lidera com 49% da potência instalada, seguido pelo residencial, com 29%, e pelo industrial, com 14%. As classes rural (7%), poder público (0,13%), serviço público (1,1%) e iluminação pública (0,03%) completam o perfil de consumidores que aderem ao modelo de geração descentralizada.

Distribuição regional da GD

A Geração Distribuída já se faz presente em todas as regiões do Brasil. A região Sudeste lidera com 1,19 milhão de unidades consumidoras, seguida pelo Nordeste (829 mil), Sul (740 mil), Centro-Oeste (521 mil) e Norte (273 mil). Em termos de potência instalada, a liderança também é do Sudeste, com 13,25 GW, seguida pelo Sul e Nordeste, ambos com aproximadamente 8,4 GW cada.

Esse panorama evidencia a disseminação da GD em todas as regiões, impulsionada pela combinação de políticas públicas, incentivos regulatórios e avanço tecnológico, que tornaram o acesso à geração própria de energia mais viável e atrativo para diferentes perfis de consumidores.

Papel da ABGD no fortalecimento do setor

A ABGD exerce um papel fundamental no desenvolvimento da Geração Distribuída no Brasil, promovendo a articulação entre empresas, o debate sobre políticas públicas e a qualificação técnica do mercado. A entidade reúne desde provedores de soluções e integradores, até fabricantes, comercializadoras, investidores e consultores, atuando como interlocutora ativa junto a órgãos reguladores e entidades governamentais.

Além disso, a ABGD reforça que está à disposição para contribuir com informações e análises sobre pautas relacionadas à GD, como armazenamento de energia, curtailment, REBE (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura) e Medidas Provisórias que impactam o setor elétrico.

Perspectivas para a Geração Distribuída

O avanço contínuo da Geração Distribuída no Brasil tende a se intensificar nos próximos anos, impulsionado pelo barateamento das tecnologias, pela busca por autonomia energética e pela necessidade de acelerar a transição para uma matriz mais limpa e resiliente.

A expectativa é que o setor continue a expandir sua participação na matriz elétrica, promovendo descentralização, democratização e descarbonização do setor de energia, além de gerar empregos qualificados, fomentar a inovação e atrair investimentos.

Com a marca de 40 GW superada, a Geração Distribuída brasileira consolida-se como um exemplo de política energética bem-sucedida, que alia sustentabilidade, competitividade e desenvolvimento regional.

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