Estado atinge marca histórica, representa 40% da geração fotovoltaica do país e reforça protagonismo na transição energética sustentável
Minas Gerais acaba de atingir um marco histórico no setor de energia solar. Com 12 gigawatts (GW) de potência fiscalizada, o estado se consolida como líder nacional na geração fotovoltaica, segundo dados oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O resultado posiciona Minas não apenas à frente de outros estados brasileiros, mas também como referência global, superando a capacidade instalada de diversos países no setor de energia limpa.
O desempenho mineiro se reflete tanto na geração centralizada, com 7,22 GW, quanto na geração distribuída, que já soma 4,78 GW. Juntas, essas operações representam uma capacidade equivalente a 85% da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo. Este avanço coloca Minas Gerais como responsável por 40% de toda a geração solar fotovoltaica nacional — uma fatia significativa que reforça seu protagonismo na transição energética brasileira.
Protagonismo na transição energética
O governador Romeu Zema destaca que este feito é fruto de um ambiente favorável aos negócios sustentáveis. “Esse marco consolida nosso estado como líder nacional do setor de energia solar e nos coloca à frente de mais de 200 países”, afirmou. “Só chegamos a esses resultados porque focamos em atrair investimentos sustentáveis, fomentando uma economia verde e resiliente.”
O sucesso de Minas reflete políticas públicas estruturadas, incentivos financeiros, segurança regulatória e parcerias estratégicas com instituições financeiras e investidores privados. O programa estadual “Sol de Minas”, por exemplo, é um dos pilares que impulsionam o desenvolvimento de projetos fotovoltaicos, além de contar com linhas de financiamento específicas para empreendedores do setor.
Impacto econômico e social na prática
Exemplo desse movimento é a construção da usina solar Vale do Aço I, no município de Engenheiro Caldas, no Vale do Aço. O empreendimento, conduzido pela Multiluz Solar em parceria com a Solar Vale, recebeu um investimento de R$ 12 milhões, financiado pela linha de crédito BDMG Sustentabilidade BEI, fruto da parceria entre o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e o Banco Europeu de Investimento (BEI).
Quando entrar em operação, a usina terá capacidade para gerar mais de 5 milhões de kWh por ano, energia suficiente para abastecer centenas de residências e empresas. Além dos benefícios ambientais, o projeto evitará a emissão de 12,9 milhões de toneladas de CO₂ ao longo de 20 anos, reforçando o compromisso com a redução das emissões de gases de efeito estufa.
O modelo de negócio da Vale do Aço I é de geração compartilhada, onde diferentes empresas e consumidores residenciais podem adquirir cotas de energia renovável. “Se não fosse o apoio do BDMG, esse empreendimento não teria saído do papel”, afirma Marcos Vinícius Tavares, gerente do projeto. Ele ressalta que, além da geração de energia limpa, a usina impulsionou a economia local, movimentando hotéis, restaurantes, comércios e gerando 50 empregos diretos e indiretos durante a construção.
Expansão contínua com foco em sustentabilidade
O governo mineiro mantém a estratégia de expansão da matriz renovável. Com a liberação de mais R$ 170 milhões em crédito, via parceria com o BEI, estão previstos ao menos 22 novos projetos fotovoltaicos em diferentes regiões do estado. Desde o início da parceria, em 2019, já foram financiadas 62 iniciativas, que juntas são responsáveis por uma redução anual de 44 mil toneladas de CO₂ na atmosfera.
“O programa ‘Sol de Minas’ e as linhas de crédito são exemplos de como políticas públicas bem estruturadas fazem a diferença. Estamos muito orgulhosos de colocar Minas em destaque na transição energética, gerando desenvolvimento, emprego e contribuindo para um futuro mais sustentável”, afirmou o governador em exercício, Mateus Simões.
Minas na vanguarda da energia solar no Brasil
Os dados da Aneel comprovam que Minas Gerais se mantém na dianteira da geração solar no Brasil, superando estados como São Paulo e Bahia, que também registram avanços expressivos no setor. Esse desempenho é sustentado por fatores como alta incidência solar, disponibilidade de áreas para instalação de parques solares e ambiente regulatório favorável.
Além dos benefícios ambientais, o setor fotovoltaico tem se mostrado uma poderosa alavanca para o desenvolvimento econômico regional, promovendo geração de renda, capacitação de mão de obra local e atração de investidores nacionais e internacionais.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios. A necessidade de expansão da rede de transmissão para escoar a energia gerada, a estabilidade regulatória e a oferta de linhas de financiamento competitivas são pontos cruciais para sustentar o ritmo de crescimento.
Ainda assim, a expectativa é que Minas Gerais continue sendo protagonista na transformação da matriz energética brasileira, reforçando seu papel como um dos principais polos de energia limpa da América Latina.
