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Preço da energia solar sobe no Brasil, mas ainda é 7% mais barato que há um ano

Equipamentos fotovoltaicos ficam mais caros e elevam o custo médio dos sistemas residenciais, mas especialistas destacam que energia solar continua acessível e com retorno financeiro acelerado

O primeiro trimestre de 2025 começou com um reajuste nos preços da energia solar residencial no Brasil, conforme aponta o novo relatório Radar Solar, desenvolvido pela Solfácil, maior ecossistema de soluções solares da América Latina. De acordo com o estudo, o preço médio dos sistemas subiu 5% em relação ao último trimestre de 2024, passando de R$ 2,46 para R$ 2,57 por Watt-pico (Wp).

Apesar do aumento, a energia solar no país continua mais acessível do que no mesmo período do ano passado. Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando o valor médio era de R$ 2,76/Wp, os preços atuais estão cerca de 7% mais baixos, demonstrando a manutenção de um cenário atrativo para consumidores interessados em investir em geração própria de energia limpa.

Equipamentos mais caros puxam aumento

O principal fator por trás do reajuste é o encarecimento dos equipamentos fotovoltaicos, iniciado ainda no final de 2024. A elevação atinge desde os módulos solares até os inversores e estruturas de fixação, itens fundamentais para a composição de um sistema eficiente.

Para o CEO e fundador da Solfácil, Fabio Carrara, o cenário ainda é positivo para quem deseja investir em energia solar. “Apesar da alta recente, o mercado de energia solar continua muito favorável para quem deseja investir. Os preços ainda estão abaixo dos níveis de 12 meses atrás. No Brasil, os sistemas fotovoltaicos são extremamente acessíveis, com payback inferior a três anos. Nenhum outro mercado no mundo oferece um retorno tão rápido”, afirma Carrara.

O conceito de payback, que mede o tempo necessário para recuperar o investimento inicial por meio da economia gerada, é uma das principais métricas consideradas por consumidores e investidores. Um retorno inferior a três anos, como observado no Brasil, é altamente competitivo em relação a padrões internacionais.

Variação regional: Norte puxa alta, Centro-Oeste tem melhor custo

O Radar da Solfácil também detalhou a variação dos preços por região. A Região Norte apresentou a maior alta do país, com incremento de 9%, elevando o preço médio para R$ 2,82/Wp, o mais elevado entre todas as regiões. O crescimento foi puxado principalmente pelo Pará, um dos estados com maior volume de instalações solares na região.

Em contraste, a Região Centro-Oeste manteve o valor médio mais baixo do país, com R$ 2,50/Wp, mesmo após uma alta de 6%. Essa diferença regional reflete as particularidades logísticas, incentivos estaduais e a densidade da malha elétrica em cada território.

No primeiro trimestre de 2025, os preços médios por watt-pico (Wp) apresentaram variações positivas em todas as regiões do país. A Região Norte registrou o valor mais elevado, com R$ 2,82/Wp, refletindo uma alta de 9% em relação ao período anterior. No Nordeste, o preço médio foi de R$ 2,53/Wp, com aumento de 4%, enquanto no Centro-Oeste o valor alcançou R$ 2,50/Wp, representando uma alta de 6%. Já o Sudeste teve média de R$ 2,56/Wp, com elevação de 4%, e o Sul fechou o trimestre com R$ 2,58/Wp, também com crescimento de 6%.

Margens pressionadas e competição intensa

Com a alta nos custos dos insumos, as empresas integradoras de sistemas solares têm enfrentado desafios para repassar integralmente o reajuste ao consumidor final. Em um mercado cada vez mais competitivo, muitos profissionais optam por manter os preços para garantir novos contratos, o que pressiona diretamente suas margens de lucro.

Esse cenário destaca a maturidade do setor no Brasil: mais competitivo, profissionalizado e com forte adesão por parte de residências e pequenos negócios. Ainda assim, o crescimento constante da demanda exige estratégias comerciais mais eficientes e suporte financeiro que permita à cadeia de valor sustentar o ritmo de expansão.

Energia solar segue atrativa

Mesmo com os ajustes recentes, os especialistas apontam que o investimento em energia solar continua sendo uma das alternativas mais econômicas e sustentáveis no Brasil. A queda acumulada nos últimos 12 meses, somada à possibilidade de financiamento acessível, reforça o apelo da tecnologia em um contexto de aumento das tarifas convencionais de energia.

O desempenho do setor também está alinhado às metas de descarbonização e transição energética, sendo cada vez mais integrado aos debates sobre eficiência energética, planejamento urbano e políticas públicas.

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