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Petrobras registra queda de 70,6% no lucro de 2024, mas destaca realizações importantes

Apesar dos desafios financeiros, a empresa cumpriu suas metas de produção e refino

A Petrobras divulgou, nesta quarta-feira (26), seu balanço financeiro referente ao ano de 2024, apresentando um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões. O montante representa uma queda expressiva de 70,6% em relação a 2023, quando a companhia registrou o segundo maior lucro líquido de sua história, totalizando R$ 124,6 bilhões.

De acordo com a estatal, a forte redução no lucro ocorreu devido a “eventos exclusivos, em sua maioria sem impacto no caixa”. Um dos principais fatores apontados foi a variação cambial em dívidas da Petrobras e de suas subsidiárias no exterior. Segundo Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da empresa, essas operações geraram efeitos opostos que, apesar de se equilibrar economicamente, pressionaram negativamente o resultado final.

A companhia também destacou que a queda no preço do petróleo Brent ao longo do ano e a redução de 40% na diferença do preço médio do diesel em relação ao petróleo (o chamado crackspread) afetaram sua rentabilidade. Além disso, a Petrobras precisou destinar R$ 19,8 bilhões ao pagamento de dívidas tributárias com a União, conforme acordo firmado em junho de 2024.

Se desconsiderados os impactos desses eventos não recorrentes, o lucro líquido ajustado da Petrobras teria sido de R$ 103 bilhões no ano passado, segundo a própria empresa. Já no quarto trimestre de 2024, a estatal registrou um prejuízo de R$ 17 bilhões, mas teria encerrado o período com um lucro líquido de R$ 17,7 bilhões sem os fatores extraordinários.

Produção de petróleo e gás atinge metas estratégicas

Apesar da queda no lucro, a Petrobras ressaltou que cumpriu todas as metas estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028+. A produção total de petróleo e gás natural atingiu 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), reforçando o compromisso da empresa com a eficiência operacional.

Outro destaque foi o aumento na capacidade de refino. Em 2024, a companhia atingiu um fator de utilização total (FUT) de 93%, o maior dos últimos 10 anos considerando as refinarias que continuam sob controle da Petrobras. O volume de gasolina produzida alcançou 420 mil barris por dia (bpd), enquanto a produção de diesel S-10 chegou a 452 mil bpd, batendo recordes históricos. De acordo com a companhia, a produção total de diesel foi suficiente para abastecer cerca de 1,5 milhão de caminhões ao longo do ano.

A Petrobras também destacou que, mesmo com a queda no lucro, manteve uma posição financeira sólida. O fluxo de caixa operacional (FCO) atingiu R$ 204 bilhões em 2024, enquanto a dívida financeira foi reduzida para US$ 23,2 bilhões, o menor nível desde 2008. Já os investimentos somaram R$ 91 bilhões, refletindo a continuidade dos projetos estratégicos da estatal.

Novos projetos impulsionam produção

A estatal também avançou na implantação de novos sistemas de produção em suas operações offshore. Em 2024, entraram em funcionamento as plataformas FPSO Maria Quitéria e FPSO Marechal Duque de Caxias, além do navio-plataforma Sepetiba, que atingiu sua capacidade máxima de produção. Para 2025, a companhia prevê o início da operação de mais três novas plataformas, ampliando sua capacidade de extração de petróleo e gás.

Além do crescimento na produção, a Petrobras manteve um papel fundamental na arrecadação de tributos no país. No último ano, a estatal recolheu aproximadamente R$ 270 bilhões em impostos, contribuindo diretamente para os cofres públicos e para o financiamento de políticas governamentais.

Cenário para 2025

Apesar dos desafios financeiros enfrentados em 2024, a Petrobras reforça que sua estratégia de longo prazo segue inalterada. A companhia aposta na eficiência operacional, na continuidade dos investimentos e no fortalecimento do setor de refino e produção de combustíveis para sustentar seus resultados nos próximos anos.

A gestão da presidente, Magda Chambriard, continuará sendo acompanhada de perto pelo mercado, que espera ver como a estatal lidará com a volatilidade dos preços do petróleo e as demandas de um setor em transformação. O sucesso da Petrobras em equilibrar rentabilidade, investimentos e distribuição de dividendos será crucial para sua performance em 2025.

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