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Venezuela retoma fornecimento de energia para Roraima após quatro anos

Com importação de até 15 MW, estado reduz dependência de usinas termelétricas e volta a receber eletricidade da hidrelétrica de Guri

Após quatro anos de interrupção, a Venezuela retomou na manhã desta sexta-feira (14) o fornecimento de energia elétrica para Roraima. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a importação de energia ocorreu de forma comercial por volta das 7h15, conforme previamente comunicado ao setor elétrico do estado.

Embora ainda não haja um decreto presidencial ou documento oficial emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a operação segue os critérios estabelecidos na ata de janeiro do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O documento detalha que a importação começou com um limite inicial de 15 megawatts (MW) e inclui uma reserva de potência operativa girante de 30 MW para garantir a estabilidade e segurança do fornecimento ao estado.

Dependência de termelétricas reduzida

Com a retomada da importação, Roraima passa a contar com um novo arranjo energético, que combina eletricidade gerada localmente por usinas termelétricas a gás natural, biomassa de Acácia, óleo e bagaço de Palma, além de óleo diesel, com a energia proveniente da hidrelétrica de Guri, localizada na Venezuela. Essa diversificação pode aliviar os altos custos da geração térmica, que historicamente pesa na tarifa de energia elétrica do estado.

A interligação elétrica entre Roraima e Venezuela havia sido interrompida em março de 2019, quando o país vizinho enfrentou uma série de apagões. Desde então, o estado passou a depender integralmente das usinas termelétricas, que além de mais caras, são sujeitas a oscilações no suprimento de combustíveis fósseis. Com a importação de energia de Guri, a expectativa é de maior previsibilidade no fornecimento, além da possibilidade de redução dos custos operacionais.

Testes e operação comercial

Antes da retomada comercial do fornecimento, testes de 96 horas foram conduzidos entre janeiro e fevereiro deste ano para verificar a estabilidade da importação. A operação comercial da importação de energia da Venezuela para Roraima foi planejada para ocorrer entre janeiro e abril de 2025, sendo conduzida pela Bolt Energy.

A decisão de retomar a importação ocorre em um momento estratégico para o estado, que busca alternativas para garantir a segurança energética sem depender exclusivamente da geração térmica. A expectativa é que, além da estabilidade no abastecimento, a nova configuração reduza os impactos ambientais da geração a partir de combustíveis fósseis, reforçando um movimento gradual em direção a uma matriz energética mais sustentável.

No entanto, o cenário ainda exige acompanhamento constante por parte das autoridades brasileiras e do setor elétrico. A dependência de um fornecedor externo de energia traz desafios relacionados à confiabilidade da oferta e à governança da operação, considerando o histórico de instabilidade no sistema elétrico venezuelano.

Com a retomada da importação, a situação energética de Roraima se reconfigura, mas ainda há desafios a serem superados. A expectativa é que as autoridades e o setor elétrico sigam monitorando o processo, garantindo que o fornecimento ocorra de forma segura e dentro dos parâmetros estabelecidos pelo CMSE.

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