O seminário evidenciou o papel do Ministério nas políticas de combustíveis sustentáveis e transição para uma economia de baixo carbono
O Brasil está dando passos importantes rumo à transição energética, com o hidrogênio verde e os biocombustíveis no centro das políticas públicas. Esse avanço foi reforçado em um seminário realizado pela Comissão Especial de Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados, que aconteceu no dia 11 de fevereiro de 2025. O evento destacou o papel de liderança do Ministério de Minas e Energia (MME) à frente das principais iniciativas sustentáveis, como a Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), o Renovabio e o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).
Sob a coordenação do deputado federal Arnaldo Jardim, o seminário reuniu representantes do governo, do setor privado e da academia para debater as políticas que estão pavimentando o caminho para uma economia de baixo carbono. Pietro Mendes, secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, representou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e reforçou a importância das políticas públicas em curso.
“Temos um grande desafio, mas prazeroso, porque estamos contribuindo no combate às mudanças climáticas, na geração de empregos e na valorização da energia renovável”, afirmou Mendes.
Avanço dos biocombustíveis: recorde de produção
Os resultados do Brasil no campo dos biocombustíveis já são significativos. Etanol e biodiesel somaram 43 bilhões de litros produzidos em 2024, um recorde histórico para o país. Mendes destacou que a expansão da mistura de etanol à gasolina, prevista para atingir 30% (o chamado E30), é uma das estratégias para reduzir a dependência da importação de combustíveis fósseis.
Com essa iniciativa, o Brasil pode economizar bilhões em importações e ainda reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O secretário também ressaltou o papel da Lei do Combustível do Futuro, que regula a produção e o uso de combustíveis sustentáveis, em especial os avançados, como o biometano e os combustíveis sintéticos, para o transporte terrestre e aéreo.
Hidrogênio verde: pilar estratégico para a transição energética
Outro ponto central do seminário foi o papel do hidrogênio verde, um combustível promissor que pode revolucionar o setor energético e industrial. O Brasil, com sua matriz elétrica majoritariamente renovável, tem vantagens competitivas para liderar a produção desse combustível no cenário global.
O Paten, sancionado recentemente, estabelece incentivos para acelerar os investimentos em tecnologias de hidrogênio verde e outras soluções limpas. O programa visa não apenas promover a transição energética, mas também impulsionar a criação de empregos verdes, fomentar a inovação tecnológica e aumentar a competitividade brasileira no mercado internacional.
“O sucesso das iniciativas depende do diálogo contínuo entre governo, setor privado, academia e parlamento”, destacou Mendes, ao defender um esforço conjunto para que o Brasil aproveite ao máximo as oportunidades geradas pela economia de baixo carbono.
Parcerias estratégicas para inovação e crescimento sustentável
O seminário contou com a presença de representantes de instituições acadêmicas de ponta, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que apresentaram pesquisas sobre novas tecnologias para biocombustíveis e hidrogênio verde. Também estiveram presentes integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), responsáveis por fomentar políticas industriais voltadas à energia renovável.
Essas parcerias são cruciais para o desenvolvimento de soluções que atendam às demandas da transição energética. A academia tem papel fundamental ao fornecer inovação e mão de obra qualificada para um setor que está em expansão acelerada.
Brasil: um modelo para a transição energética global
O seminário foi um marco na construção de um Brasil mais sustentável e comprometido com o futuro energético. O país já possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com cerca de 85% da geração de energia vinda de fontes renováveis. Agora, busca ir além, expandindo o uso de combustíveis limpos e aproveitando novas tecnologias para liderar a transição energética no cenário internacional.
Nos próximos anos, espera-se que o Brasil intensifique suas políticas para atrair investimentos em hidrogênio verde, biocombustíveis e energia renovável. Com isso, o país não apenas fortalecerá sua segurança energética, mas também estará alinhado às metas globais de descarbonização e sustentabilidade.