Seis projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas recebem aprovação para concorrer ao leilão de energia renovável
A matriz elétrica brasileira se fortalece com mais um passo importante rumo à ampliação das fontes renováveis. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou, nos dias 6 e 7 de fevereiro, uma série de despachos que viabilizam a participação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Leilão de Energia A-5, agendado para o dia 25 de julho deste ano.
A medida não apenas amplia as opções de geração de energia limpa no país, como também impulsiona o desenvolvimento regional. As PCHs são uma alternativa estratégica para reforçar a segurança do sistema elétrico nacional, pois geram empregos locais e não demandam grandes linhas de transmissão, reduzindo custos e impactos ambientais.
O despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) engloba quatro revisões de projetos básicos, duas novas aprovações e o reenquadramento de três PCHs para a categoria de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH), garantindo que essas usinas estejam aptas a competir no leilão.
Expansão estratégica e benefícios regionais
Entre os projetos que passaram por revisão, estão as PCHs Brinquinho, Boa Vista, Cachoeira Branca e 3 Alta (Despacho nº 312/2025). Além disso, duas novas usinas foram aprovadas para o certame: PCH Água Clara (Despacho nº 303/2025) e Japeri (Despacho nº 340/2025). Já as PCHs Correntinha, Zelinda e Sertãozinho tiveram seu enquadramento alterado para CGH, conforme os despachos 290, 286 e 291, respectivamente.
Essa movimentação da ANEEL reforça o potencial das PCHs como solução viável para o crescimento sustentável do setor elétrico. Diferente das grandes hidrelétricas, que enfrentam desafios ambientais e elevados custos de implantação, as Pequenas Centrais Hidrelétricas aproveitam cursos d’água menores e possuem menor impacto socioambiental, além de fornecerem energia firme ao longo do ano.
Outro fator positivo é a descentralização da geração elétrica, o que contribui para maior eficiência e confiabilidade do sistema. Como as PCHs estão espalhadas por diferentes regiões do Brasil, ajudam a reduzir a necessidade de longos sistemas de transmissão e minimizam riscos de sobrecarga na rede elétrica.
Leilão A-5 e as expectativas para o setor
O Leilão A-5, que será realizado em julho, é um dos mais esperados pelo setor elétrico, pois permite a contratação de energia de novos empreendimentos com início de fornecimento previsto para 2029. Para participar, as empresas interessadas precisaram cadastrar seus projetos junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até o meio-dia de hoje (7/2).
A inclusão de novas PCHs nesse processo é um indicativo positivo para o mercado. O Brasil possui um enorme potencial para expandir essa modalidade de geração de energia, especialmente em um momento de transição para uma matriz mais sustentável e diversificada.
A busca por fontes renováveis tem sido uma prioridade global, e as Pequenas Centrais Hidrelétricas se consolidam como uma peça fundamental desse cenário. Com políticas regulatórias favoráveis e incentivos adequados, as PCHs podem desempenhar um papel ainda mais relevante na segurança energética do país, complementando outras fontes como solar e eólica.
Oportunidade para investidores e desenvolvimento sustentável
A presença das PCHs no Leilão A-5 abre novas oportunidades para investidores interessados em empreendimentos de longo prazo com alta previsibilidade de retorno. Esse modelo de geração também traz benefícios diretos para as comunidades locais, promovendo o desenvolvimento econômico e incentivando a criação de empregos na construção e operação das usinas.
Além disso, a entrada dessas usinas no certame reforça o compromisso do Brasil com a diversificação da matriz elétrica e a redução da dependência de fontes fósseis, contribuindo para os compromissos ambientais assumidos pelo país.