Colaboração entre WEG, COPEL e UFSM apresenta avanços que prometem aumentar a confiabilidade e prolongar a vida útil dos transformadores de potência
Em um cenário onde a eficiência e a sustentabilidade ocupam o centro das inovações tecnológicas, a WEG implementou uma solução pioneira no setor de transformadores de potência. Por meio do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) ANEEL-Copel, a empresa introduziu a tecnologia de papel híbrido como substituto ao tradicional papel Kraft em transformadores, promovendo maior durabilidade e confiabilidade ao equipamento.
O projeto, realizado em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (COPEL), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a VEGOOR Tecnologia Aplicada, teve como foco avaliar os impactos do uso do papel híbrido NOMEX 910® em substituição ao isolante sólido convencional. O equipamento testado foi um transformador fabricado em 1969, com potência original de 70 MVA e tensões de 13,8/230 kV, instalado na Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza, em Antonina (PR).
Sustentabilidade e inovação tecnológica
O papel híbrido, fabricado com uma composição que combina propriedades superiores de isolamento térmico e mecânico, foi aplicado nos enrolamentos de alta tensão do transformador. A troca do papel Kraft pelo híbrido não apenas aumenta a durabilidade do transformador, mas também reduz significativamente os riscos de falhas operacionais, ampliando a confiabilidade da operação.
Além do uso do papel híbrido, o projeto introduziu outras mudanças significativas para convergir com os princípios de sustentabilidade. Entre elas, destaca-se a substituição do óleo mineral por um líquido isolante vegetal, que apresenta menor impacto ambiental.
Segundo especialistas, o uso do óleo vegetal e do papel híbrido reduz os custos de operação, especialmente em relação às medidas preventivas necessárias para conter vazamentos. “Essa combinação representa um avanço técnico e ambiental, garantindo uma operação mais segura e sustentável para sistemas elétricos críticos”, afirma um dos pesquisadores envolvidos.
Tecnologia para maior eficiência operacional
Outro diferencial foi a integração de um sistema de medição de temperatura por fibra ótica com 16 sensores, possibilitando um monitoramento detalhado e em tempo real das condições térmicas internas do transformador. Essa tecnologia permite uma análise mais precisa da performance do equipamento, otimizando sua operação e prevenindo falhas.
O transformador, após passar pelas melhorias, teve sua potência aumentada de 70 MVA para 73,6 MVA, demonstrando que a modernização trouxe ganhos não apenas em confiabilidade, mas também em eficiência energética. “Com essa atualização, estamos garantindo um equipamento que não apenas atende às demandas atuais, mas também contribui para uma matriz energética mais sustentável e eficiente”, destaca a equipe da WEG.
Impacto na usina hidrelétrica e no setor elétrico
O transformador modernizado foi reinstalado na Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza, que já operava anteriormente com o equipamento. A usina, que desempenha um papel fundamental no fornecimento de energia ao Paraná, ganha agora maior confiabilidade e vida útil.
Com as melhorias implementadas, espera-se que a usina opere de forma mais sustentável e com menor impacto ambiental, consolidando a adoção de tecnologias limpas no setor elétrico.
Parceria de sucesso
O projeto é resultado de uma colaboração estratégica entre indústria, academia e setor público. A WEG, referência em tecnologia elétrica, a COPEL, responsável pela gestão e distribuição de energia, e a UFSM, com expertise acadêmica em engenharia elétrica, uniram esforços para desenvolver uma solução que representa um avanço significativo no segmento de transformadores.
Essa sinergia reflete o potencial das parcerias de P&D em criar inovações com impacto direto na economia e no meio ambiente, mostrando que a inovação sustentável é possível quando diferentes setores trabalham juntos.
A modernização de equipamentos industriais com foco na sustentabilidade tem sido uma tendência crescente no setor elétrico. A introdução do papel híbrido e do óleo vegetal representa um marco nesse movimento, pois alia eficiência operacional a práticas ambientais responsáveis.
