ANEEL Adia Novamente a Decisão Sobre Aporte Bilionário das Distribuidoras de Energia

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Relatora retira processo de pauta novamente; prazo de pagamento de R$ 10,3 bilhões ainda está indefinido

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) adiou, pela segunda vez, a decisão sobre o prazo para o aporte de R$ 10,3 bilhões que deverá ser realizado por acionistas de seis distribuidoras de energia elétrica. A deliberação, que estava prevista para esta terça-feira (26.nov.2024), foi retirada de pauta pela diretora Agnes de Costa, relatora do caso, após um impasse sobre o prazo de pagamento: 90 ou 180 dias.

O adiamento mantém em vigor uma liminar concedida pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), que impede a cobrança imediata dos valores. Caso a decisão tivesse sido aprovada sem definição de prazo, as distribuidoras seriam obrigadas a realizar o pagamento imediato para regularizar suas concessões.

Entenda o Processo

O caso envolve distribuidoras que ultrapassaram os limites de endividamento previstos nos contratos de concessão e não cumpriram critérios econômico-financeiros. A legislação exige que os acionistas dessas empresas façam aportes para reequilibrar suas concessões, sob pena de intervenção federal nas companhias.

Durante a sessão, os diretores Agnes de Costa, Fernando Mosna e Ricardo Tili concordaram sobre a necessidade do aporte, mas divergiram quanto ao prazo. O pedido de vista realizado por Agnes em 12 de novembro já havia adiado a decisão.

Distribuidoras Envolvidas e Valores

A decisão afeta diretamente seis distribuidoras:

DistribuidoraLocalizaçãoValor do Aporte
LightRJR$ 4,3 bilhões
Enel RioRJR$ 2,8 bilhões
Energisa RondôniaROR$ 1,5 bilhão
Neoenergia BrasíliaDFR$ 1,1 bilhão
Energisa AcreACR$ 430 milhões
Neoenergia PernambucoPER$ 124 milhões

Implicações do Aporte

Se os aportes não forem realizados, a ANEEL pode recomendar ao governo federal uma intervenção nas concessionárias, o que reforça a importância de uma resolução rápida e eficaz.

Especialistas apontam que o impasse no prazo de pagamento reflete a preocupação em garantir que as distribuidoras tenham tempo hábil para levantar os recursos sem comprometer a prestação do serviço, mas também destacam a urgência de regularizar a situação para evitar impactos no setor elétrico.

Com o novo adiamento, o setor aguarda uma definição na próxima sessão, ainda sem data confirmada, enquanto o mercado acompanha com atenção os desdobramentos.

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