ONS Abre Caminho para Ofertas Flexíveis de Usinas Termelétricas no Horário de Pico

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A partir de 21 de novembro, o ONS passa a receber ofertas de usinas térmicas conforme nova rotina operacional, visando atender demandas de potência e otimizar custos no sistema elétrico

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu recentemente uma consulta externa junto aos agentes do setor energético sobre a Rotina Operacional RO-EP.BR.03, que define os procedimentos e diretrizes para o recebimento de ofertas de operação em condição diferenciada das usinas termelétricas (UTE) no Sistema Interligado Nacional (SIN). Com base na regulamentação do Ministério de Minas e Energia (MME), essa rotina operacional estabelece regras que ampliam a flexibilidade e a competitividade das termelétricas para responderem às demandas de potência em horários de pico. A nova medida entrará em vigor nesta quinta-feira, 21 de novembro.

A portaria normativa que embasa a medida, de número 88/GM/MME, foi projetada para assegurar que o ONS e os agentes termelétricos possam operar com uma maior capacidade de adaptação às flutuações da demanda energética, especialmente em horários de ponta de carga. Com a nova rotina operacional, o ONS passará a receber ofertas das usinas térmicas com base nas condições específicas do momento, o que, na prática, viabiliza um maior aproveitamento da infraestrutura térmica nacional e, ao mesmo tempo, contribui para a redução dos custos operacionais do sistema.

Entenda a Rotina Operacional RO-EP.BR.03 e Seus Objetivos

A Rotina Operacional RO-EP.BR.03, que entrará em vigor no dia 21 de novembro, visa padronizar e formalizar o processo de recebimento e operacionalização de ofertas de usinas termelétricas para atendimento das demandas de carga durante horários de pico. Esse processo envolve a participação ativa dos agentes termelétricos, que poderão enviar suas ofertas diretamente ao ONS, indicando disponibilidade para operar em condições diferenciadas conforme as necessidades do sistema.

Além de especificar os procedimentos de oferta, a rotina estabelece critérios técnicos e operacionais para a aceitação e validação dessas ofertas, promovendo uma maior eficiência no uso da capacidade de geração térmica. Essa abordagem é parte da estratégia do MME e do ONS para manter a segurança e estabilidade do SIN, maximizando a confiabilidade do fornecimento de energia em períodos de alta demanda.

A medida é particularmente relevante em um cenário onde o setor elétrico brasileiro passa por constantes desafios, incluindo variações sazonais e a necessidade de backup térmico em momentos de restrições hídricas. Com a RO-EP.BR.03, o ONS busca uma resposta mais rápida e eficiente dos agentes, que terão a flexibilidade para ajustar sua operação conforme as condições do mercado.

Como Funciona o Processo de Oferta e os Benefícios para o Sistema Elétrico

Com a implementação da nova rotina operacional, os agentes termelétricos terão a oportunidade de enviar ofertas de operação para o e-mail dedicado pelo ONS. Essas ofertas serão analisadas em tempo real pelo ONS, que avaliará a disponibilidade de cada unidade e a viabilidade de atendimento às demandas de potência em horários de pico.

Esse processo, que estará vigente até 31 de março de 2025, promove uma série de benefícios tanto para o sistema elétrico quanto para o consumidor final. Entre os principais impactos positivos, destaca-se a possibilidade de otimização dos custos de operação. Ao permitir que as usinas térmicas participem de forma mais competitiva e ajustada às necessidades do momento, o ONS reduz a dependência de outras fontes mais caras ou de processos emergenciais, o que pode refletir em uma menor pressão sobre os custos tarifários ao longo do tempo.

Além disso, a flexibilidade das termelétricas para operar em horários críticos de carga contribui diretamente para a estabilidade do sistema, garantindo que o SIN possa enfrentar picos de consumo sem comprometer a segurança do fornecimento.

A Importância da Flexibilidade e Competitividade no Setor Térmico

A flexibilização das operações térmicas é uma estratégia essencial em um contexto onde a matriz energética brasileira ainda enfrenta desafios de adaptação, especialmente com a crescente presença de fontes renováveis, que possuem características de intermitência. Com a possibilidade de participação das térmicas de forma flexível, o sistema ganha uma “camada” de segurança adicional, fundamental para garantir que a oferta de energia acompanhe a variação da demanda de forma dinâmica e sustentável.

Além disso, ao possibilitar uma operação mais competitiva, a rotina operacional fomenta um ambiente de mercado onde os agentes termelétricos podem oferecer o serviço de geração conforme suas capacidades e oportunidades de momento. Essa dinâmica tende a trazer eficiência para o setor, uma vez que cada agente passa a operar dentro das condições ideais de custo-benefício, sem a necessidade de acionamento de geração térmica em situações menos vantajosas.

Um Passo à Frente na Governança do Setor Energético

A portaria nº 88/GM/MME, que embasa a nova rotina operacional, faz parte das ações contínuas do MME e do ONS para aprimorar a governança e a transparência no setor elétrico, proporcionando um ambiente onde as decisões operacionais são orientadas pela eficiência e competitividade. Esse avanço é fundamental para o Brasil, especialmente em um momento em que o país busca consolidar uma matriz energética equilibrada, aproveitando tanto o potencial das fontes renováveis quanto a segurança proporcionada pelas térmicas.

A consulta pública que precedeu a implementação da rotina foi essencial para garantir que a medida esteja alinhada às necessidades dos agentes e do próprio sistema, resultando em um conjunto de diretrizes que beneficiam tanto a operação quanto os consumidores, que poderão contar com uma rede elétrica mais robusta e custos mais controlados.

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