Com compra de usinas no Espírito Santo, capacidade instalada da Eneva atinge 7,2 GW e fortalece segurança energética
A Eneva deu mais um passo em sua estratégia de expansão ao concluir a compra de três usinas termelétricas pertencentes ao BTG Pactual no Espírito Santo. As unidades adquiridas são as usinas Linhares, Tevisa e Povoação, e a transação leva a capacidade instalada da Eneva para 7,2 gigawatts (GW) – crescimento de 14% em relação aos 6,3 GW que a empresa já operava e tinha em construção.
Com essa operação, anunciada nesta sexta-feira (25), a Eneva não apenas amplia sua atuação, mas também se torna a maior geradora de energia termelétrica do país. A estratégia é parte de um plano de longo prazo da empresa, que busca fortalecer sua posição no setor e otimizar a segurança energética nacional por meio do gás natural – um combustível essencial para fornecer estabilidade à matriz energética brasileira, em complementação às fontes renováveis que têm variabilidade sazonal.
Fortalecimento e expansão
A aquisição dos novos ativos fortalece a estrutura de capital da Eneva e abre caminho para novas oportunidades de investimento. “A operação otimiza a estrutura de capital da companhia, reduz a alavancagem e abre espaço no balanço da Eneva para investir nas oportunidades de crescimento identificadas no nosso planejamento estratégico, buscando projetos com retorno acima da média do mercado e mantendo a nossa disciplina na alocação de capital”, afirmou Lino Cançado, CEO da Eneva.
Com o aumento de sua capacidade instalada e a maior diversificação de ativos, a Eneva também projeta um crescimento considerável em seus resultados financeiros. Em termos de EBITDA, a empresa estima um aumento de 46%, passando de R$ 4,1 bilhões para R$ 6,0 bilhões, considerando os últimos 12 meses até o segundo trimestre de 2024. A operação envolveu a aquisição de 100% do capital das três usinas e foi estruturada como parte de uma oferta pública de ações (follow-on) realizada em julho de 2024, no valor de R$ 3,2 bilhões. No mesmo pacote de investimentos, também foi anunciada a compra da Geradora de Energia do Maranhão S.A. (Gera Maranhão), cuja conclusão está em andamento.
Detalhes dos ativos adquiridos
Cada usina comprada no Espírito Santo traz uma contribuição estratégica para a nova capacidade da Eneva:
- Usina Termelétrica Luiz Oscar Rodrigues de Melo (UTE LORM), Linhares
Com capacidade instalada de 240 MW e localizada em Linhares (ES), a UTE LORM opera com gás natural. A usina já possui um contrato de suprimento de gás com a própria Eneva, o que fortalece a integração dos negócios da companhia e viabiliza uma operação mais eficiente. - Usinas Termelétricas Viana e Viana 1, Viana
As usinas Viana, com capacidade total de 212 MW, são compostas pela UTE Viana, movida a óleo e com 175 MW de capacidade, e a UTE Viana 1, movida a gás natural e com 37 MW de capacidade. Ambas estão operacionais e foram contratadas em leilões de energia, consolidando a segurança de fornecimento na região e ampliando a estabilidade energética no mercado nacional. - Povoação Energia, Linhares
Também em Linhares, a usina Povoação Energia utiliza gás natural e tem uma capacidade instalada de 75 MW, reforçando a importância do estado do Espírito Santo como polo para geração de energia térmica a gás no Brasil.
Estratégia para segurança energética
A aquisição de ativos térmicos se alinha com a estratégia da Eneva de ampliar sua participação em projetos que garantem segurança energética ao país. As termelétricas, em especial aquelas movidas a gás natural, são fundamentais para a estabilidade do sistema energético, principalmente em momentos de escassez hídrica e redução da geração de energia por fontes renováveis, como a eólica e solar. A Eneva enxerga o gás natural como uma fonte confiável, segura e essencial para a matriz energética brasileira, em um contexto de transição energética onde a segurança do abastecimento é imprescindível.
Lino Cançado reforça que, ao adquirir ativos estrategicamente localizados e já operacionais, a empresa está preparada para contribuir com um fornecimento mais resiliente e com menos necessidade de acionamento de usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis mais poluentes. O CEO destacou que o gás natural utilizado pela Eneva oferece maior flexibilidade e menor impacto ambiental, o que permite à companhia manter uma postura equilibrada entre eficiência energética e sustentabilidade.