Energia do Futuro: Usina Híbrida Combina Ondas, Eólica e Solar para Potencializar Geração Offshore

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NoviOcean, vencedora da competição Startup4Climate, aposta em solução inovadora que une energia das ondas, turbinas eólicas e painéis solares para otimizar a produção energética e reduzir custos em parques offshore

A transição energética está ganhando um novo aliado: a energia das ondas. A startup sueca NoviOcean, que venceu a competição Startup4Climate em 2023, está desenvolvendo uma usina híbrida capaz de combinar a energia gerada pelas ondas com turbinas eólicas verticais e painéis solares. Essa solução inovadora promete aumentar a eficiência dos parques offshore, gerar eletricidade a partir de múltiplas fontes renováveis e otimizar o uso do espaço marítimo, tudo ao mesmo tempo.

Jan Skjoldhammer, CEO da NoviOcean by Novige, está confiante no potencial dessa tecnologia. “O que torna a nossa usina diferente das anteriores que falharam no setor de energia das ondas é a simplicidade e robustez da tecnologia. Ela se destaca por ser um híbrido que une várias fontes de energia”, afirma o executivo.

Uma Nova Abordagem para a Geração de Energia no Mar

A usina híbrida desenvolvida pela NoviOcean tem uma aparência inusitada: trata-se de uma estrutura retangular, com 38 metros de comprimento e quatro metros de altura, equipada com seis turbinas eólicas orientadas verticalmente. Além das turbinas, o sistema é complementado por painéis solares com capacidade de 50 a 80 kW. No total, o sistema híbrido pode gerar até 1 MW de energia, com um fator de capacidade estimado de 40%.

O diferencial dessa usina está na combinação de diferentes fontes renováveis em uma única estrutura. Isso significa que, mesmo em dias com pouco vento, a usina continua a gerar energia a partir das ondas, que mantêm seu movimento por dias após os ventos diminuírem. Essa complementaridade oferece uma produção energética mais estável e contínua, o que é uma vantagem significativa em comparação com parques que dependem exclusivamente de uma única fonte de energia, como a eólica ou solar.

Tecnologia Simples, Impacto Revolucionário

No coração da usina está uma tecnologia simples e eficaz. O sistema de energia das ondas funciona de forma semelhante a uma bomba de água: à medida que as ondas movem a plataforma flutuante, um pistão impulsiona a água por um cilindro em um movimento circular. Esse fluxo de água aciona uma turbina Pelton, que pode alcançar velocidades de até 300 km/h, gerando energia por meio de um gerador acoplado no mesmo eixo.

“A nossa tecnologia é baseada em três componentes simples: uma jangada flutuante, uma bomba de jardim e uma usina hidrelétrica em miniatura. É claro que há muita inovação envolvida para fazer tudo funcionar em sinergia, e a tecnologia já está patenteada em 20 países”, explica Skjoldhammer.

Essa simplicidade, no entanto, não deve ser subestimada. A NoviOcean já testou a tecnologia em diferentes locais ao longo dos últimos anos, incluindo instalações no Reino Unido, França e, mais recentemente, em um ambiente real na costa de Estocolmo. Em uma pequena ilha sueca chamada Svanholmen, a tecnologia está sendo aplicada em menor escala, fornecendo eletricidade para as residências locais.

Parceria com Parques Eólicos Offshore

O próximo grande passo da NoviOcean é a implementação de um projeto piloto em larga escala. A empresa está buscando parcerias com grandes players da energia eólica offshore para combinar suas usinas de ondas com turbinas eólicas verticais e painéis solares. Segundo Skjoldhammer, essa combinação pode gerar até 25 MW de eletricidade por quilômetro quadrado, em comparação com os 10 MW que são gerados pelas turbinas eólicas offshore convencionais. Além disso, a combinação de várias fontes de energia permite dividir os custos de infraestrutura, como cabos submarinos, o que melhora significativamente a viabilidade econômica do projeto.

“A vantagem da nossa tecnologia é que ela pode ser integrada em parques eólicos offshore já existentes. Ao dividir os custos de instalação e de infraestrutura, como os cabos submarinos, podemos otimizar os investimentos e oferecer uma produção mais eficiente de energia”, ressalta o CEO da NoviOcean.

Além disso, Skjoldhammer acredita que a solução híbrida pode ser implantada em outros locais ao redor do mundo, como as costas da Noruega e da América do Sul, onde há uma combinação ideal de ventos fortes e ondas robustas. Mesmo países como a Suécia, onde as ondas não são tão altas, podem se beneficiar da eletricidade gerada por usinas instaladas em águas norueguesas e conectadas à rede elétrica sueca.

O Desafio do Capital

Embora a tecnologia da NoviOcean tenha mostrado resultados promissores e recebido o apoio de diversas instituições, como a Agência de Energia da Suécia e a União Europeia, a expansão em larga escala ainda enfrenta desafios significativos. “O principal obstáculo que enfrentamos agora é o financiamento. Já recebemos cerca de 30 milhões de coroas suecas em subsídios e recentemente conquistamos mais um milhão com o prêmio da Startup4Climate, mas precisamos de investimentos adicionais para continuar avançando”, destaca Skjoldhammer.

Apesar das dificuldades financeiras, a empresa está otimista quanto ao futuro. Para Skjoldhammer, o sucesso em competições e o reconhecimento de especialistas no setor energético são sinais claros de que a NoviOcean está no caminho certo para revolucionar a forma como a energia é gerada nos oceanos.

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