Governo Avalia Retomada do Horário de Verão para Mitigar Crise Hídrica e Reduzir Consumo de Energia

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Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirma que volta do horário de verão pode ser considerada se seca persistir, mas não há plano de racionamento iminente

Em meio a uma das piores secas que o Brasil enfrenta em quase um século, o governo federal está considerando a possibilidade de reintroduzir o horário de verão como uma medida para reduzir o consumo de energia elétrica. A declaração foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista ao site “Poder360” na terça-feira, 10 de setembro.

O horário de verão, que foi suspenso em 2019 durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro, poderia retornar se a situação hídrica no país continuar a se deteriorar. Silveira enfatizou que, embora a seca seja grave e tenha levado a uma situação de estiagem prolongada, o governo não prevê um racionamento de energia no momento.

“Não há certeza sobre a retomada do horário de verão, mas é uma possibilidade que estamos avaliando. A medida poderia ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente durante os picos de consumo no início da noite”, afirmou o ministro. Ele ressaltou que, apesar de a medida ser controversa para alguns setores da população, sua reintrodução poderia trazer benefícios econômicos e ajudar a gestão da demanda energética.

Impacto do Horário de Verão no Sistema Energético

O horário de verão foi instituído em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de reduzir a demanda de energia elétrica ao aproveitar melhor a luz natural do dia. Tradicionalmente, a mudança de horário envolvia adiantar os relógios em uma hora entre outubro e fevereiro, o que ajudava a reduzir a concentração de consumo de energia elétrica entre 18h e 20h.

No entanto, com as mudanças nos padrões de uso de energia e a crescente popularização de aparelhos de ar-condicionado, o impacto do horário de verão tem sido questionado. A eficiência da medida foi reduzida à medida que a iluminação, que antes representava uma parte significativa do consumo, passou a ser menos relevante devido à adoção generalizada de lâmpadas econômicas e dispositivos mais eficientes.

Mudanças no Consumo de Energia e Efeitos Esperados

O ministro Silveira apontou que a volta do horário de verão poderia ser benéfica para a microeconomia, incluindo o setor de turismo e o comércio local, como bares e restaurantes, que poderiam se beneficiar da maior luz natural durante a tarde. Ele também destacou que a medida poderia ajudar a suavizar o pico de demanda elétrica que ocorre no início da noite, quando muitos consumidores ligam o ar-condicionado e outros aparelhos ao retornar para casa.

“A perda de geração de energia solar no final da tarde coincide com o aumento da demanda elétrica à medida que as pessoas chegam em casa e utilizam mais energia. O horário de verão poderia ajudar a mitigar esse pico, permitindo que as pessoas aproveitem a luz do dia para atividades externas, como ir à praia ou ao comércio”, explicou Silveira.

Histórico e Contexto do Horário de Verão

Historicamente, o horário de verão foi uma política que ajudou a reduzir o consumo de energia elétrica ao permitir que mais atividades fossem realizadas durante a luz do dia. No entanto, com a evolução dos padrões de consumo e a melhoria na eficiência energética dos dispositivos, a necessidade de adotar a medida foi reavaliada.

Após a crise energética de 2001, o Brasil implementou diversas políticas de eficiência energética, incluindo o uso crescente de lâmpadas fluorescentes e outros dispositivos de baixo consumo. Em 2019, a decisão de suspender o horário de verão foi tomada com base em análises que indicavam que a medida não estava mais contribuindo significativamente para a redução do consumo de energia.

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