Estudo Analisa Impactos das Mudanças Climáticas na Matriz Elétrica Brasileira com Conclusão Prevista para 2025

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Projeto busca fortalecer a integração de energias renováveis e eficiência energética, com previsão de conclusão em 2025

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deram início a um estudo inédito sobre os impactos das mudanças climáticas na matriz elétrica brasileira. Intitulado “Impactos das Mudanças Climáticas no Planejamento da Geração de Energia Elétrica”, o projeto, parte de uma parceria entre Brasil e Alemanha, visa integrar as energias renováveis de forma mais eficiente e resiliente ao sistema energético do país.

O estudo, com previsão de ser concluído em junho de 2025, faz parte da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, financiado pelo Ministério Federal para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), e executado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A PSR e a Tempo OK são as responsáveis pela condução técnica do projeto, que simulará diferentes cenários climáticos com base em projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Agência Nacional de Águas (ANA).

Objetivos do estudo

O principal objetivo do projeto é avaliar como variáveis climáticas — como mudanças nas precipitações, temperatura, irradiação solar e vento — podem impactar a matriz elétrica brasileira e suas operações. Com o crescimento das fontes renováveis, especialmente solar e eólica, o estudo busca identificar a melhor forma de integrar essas energias ao sistema nacional, garantindo maior estabilidade e eficiência energética.

De acordo com o ministro Alexandre Silveira, o estudo é essencial para apoiar as políticas públicas do governo federal no que diz respeito à transição energética. “O Brasil está entre os líderes globais em ações voltadas à produção e uso de energias renováveis. Esse estudo trará subsídios importantes para a formulação de políticas mais resilientes às mudanças climáticas”, afirma o ministro.

Metodologia e projeções climáticas

O estudo utilizará projeções do IPCC e de outros centros de pesquisa, como INPE e ANA, para criar cenários de simulação que levem em conta o aumento da demanda de energia, o comportamento das fontes renováveis e as variações climáticas extremas. Com o uso de ferramentas de modelagem, como o SDDP (para planejamento operacional) e o OptGen (para planejamento da expansão energética), serão simulados cenários futuros considerando diferentes composições de fontes energéticas e tecnologias disponíveis.

Esses modelos permitem que os especialistas criem projeções operativas do Sistema Interligado Nacional (SIN), com foco em garantir a resiliência da matriz elétrica em meio a eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e tempestades mais intensas.

Impacto social e econômico

Além de melhorar o planejamento energético, o estudo terá um enfoque nos impactos sociais, especialmente em regiões mais vulneráveis, como o Nordeste do Brasil. A expectativa é que os resultados contribuam para uma transição energética mais justa e inclusiva, ao mesmo tempo em que auxiliam na redução da pobreza energética.

Thiago Barral, secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, destacou a relevância estratégica do estudo: “Os conteúdos levantados nesse projeto serão essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas que garantam a adaptação do setor energético às novas realidades climáticas”.

Legado do projeto

Com o desenvolvimento de novas metodologias e processos, o estudo não apenas guiará as ações de planejamento energético no Brasil, mas também criará um ambiente colaborativo para a integração contínua de avanços da ciência climática. Rafael Kelman, diretor executivo da PSR, reforçou que o legado do projeto será uma construção coletiva de soluções resilientes e inovadoras para o setor elétrico.

O estudo contribuirá para que o Brasil enfrente os desafios impostos pelas mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que fortalece o papel das fontes renováveis no fornecimento de energia.

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