Com níveis de energia armazenada projetados para superar 50%, ONS destaca o cenário de estabilidade, apesar da afluência abaixo da média histórica
O cenário hídrico para o final de agosto apresenta um panorama de estabilidade nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), conforme revelado pelo boletim mais recente do Programa Mensal de Operação (PMO) para a semana de 3 a 9 de agosto. As projeções indicam que todos os subsistemas devem fechar o mês com níveis de Energia Armazenada (EAR) superiores a 50%, mantendo a tendência observada nas primeiras revisões do mês.
Entre os subsistemas, a região Norte lidera com uma estimativa de 82,6% de EAR, enquanto o Sul segue com 77,1%. O Nordeste deve encerrar agosto com 56,9%, e o Sudeste/Centro-Oeste, com 54,7%. Esses índices representam um nível saudável de armazenamento para esta época do ano, tradicionalmente caracterizada por condições secas.
No entanto, as projeções para a Energia Natural Afluente (ENA) indicam que a disponibilidade de água para geração de energia continua abaixo da média histórica para o período. A região Sul é a que apresenta a perspectiva mais elevada, com 84% da Média de Longo Termo (MLT). Em seguida, o Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar 57% da MLT, o Norte, 48% da MLT, e o Nordeste, 44% da MLT. A afluência abaixo da média tem sido um tema de preocupação, e o Operador Nacional do Sistema (ONS) está monitorando de perto a situação para realizar os ajustes necessários no planejamento operacional.
Em relação à demanda de carga, as previsões para o SIN e todos os subsistemas apontam um crescimento consistente. A expansão do SIN é estimada em 3,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 75.864 MWmed. A região Norte é projetada para registrar o maior avanço, com um crescimento de 7,2% (8.055 MWmed), seguida pelo Nordeste, com 7,1% (12.673 MWmed). O Sul deve apresentar uma aceleração de 5,6% (12.972 MWmed), e o Sudeste/Centro-Oeste, um aumento de 1,8% (42.164 MWmed).
Além disso, o Custo Marginal de Operação (CMO) permanece estabilizado em R$ 94,06 em todos os submercados, refletindo uma uniformidade nos custos operacionais.
Embora o cenário de armazenagem de energia seja promissor, o acompanhamento contínuo das condições hidrológicas e das projeções de afluência será essencial para garantir a manutenção da estabilidade do sistema elétrico e o adequado planejamento das operações para o futuro próximo.