Iniciativa da Copel oferece bolsas de estudos e mentoria para alunos de engenharia elétrica, impulsionando suas carreiras desde o primeiro semestre.
A vida dos estudantes de engenharia elétrica beneficiados pelo programa Aluno Energia, da Companhia Paranaense de Energia (Copel), está passando por uma verdadeira transformação. Lançado em novembro do ano passado, o programa oferece bolsas de estudo e aproxima os universitários do mercado de trabalho. Os selecionados na primeira edição já concluíram o semestre inicial como beneficiários de uma bolsa mensal equivalente ao salário-mínimo paranaense (R$ 1.989,86) e começaram a aprender com o conhecimento e a experiência de seus mentores, engenheiros eletricistas da Copel.
Enquanto isso, os 15 alunos recém-selecionados para a segunda edição do programa, cujo resultado foi divulgado no último dia 14, preparam-se em todo o Paraná para conhecer seus mentores. A candidatura foi aberta a calouros que ingressaram por sistema de cotas, cursaram o ensino médio integralmente em escola pública e não possuem outra fonte de renda. O processo seletivo incluiu a apresentação de documentos, elaboração de vídeo, redação e uma entrevista final.
Além da bolsa de estudos e do acompanhamento de um profissional da Copel, os alunos selecionados farão um estágio na empresa nos dois últimos anos da graduação, proporcionando uma experiência prática essencial para sua formação.
Uma das estudantes selecionadas na primeira edição do programa é Milena de Paula Suota, aluna da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Curitiba. Ela se reúne periodicamente com seu mentor, Paulo Bubniak, que lidera a área de operação da companhia. “Eu procuro mostrar a ela como é o dia a dia de trabalho, como funciona uma grande empresa, para ela vivenciar esse ambiente desde o início da faculdade”, explica Bubniak.
Para Milena, a experiência tem sido valiosa para sua aproximação com o mercado de trabalho. “É muito interessante ver como funciona a empresa por dentro. Aprendo bastante quando venho aqui”, conta ela, ao acompanhar o trabalho no centro de operações da companhia.
No dia a dia de trocas, ambos descobriram um interesse comum por microcontroladores, dispositivos com ampla aplicação prática. Milena transformou esse interesse em soluções práticas na universidade, desenvolvendo um teclado musical para pessoas com deficiência auditiva, que lhe rendeu um prêmio no evento técnico-científico Computer on the Beach, em Balneário Camboriú.
“É semelhante ao teclado de computador, que conta com dispositivo para geração de sinais sonoros. A cada nota tocada o equipamento emite uma frequência e o surdo consegue identificá-las pelo tato, além de visualizar a nota em um painel”, explica Milena.
O conhecimento compartilhado com o mentor rendeu outro projeto na universidade. Junto à equipe de robótica formada por alunos, Milena ajudou a construir um robô que usa um sensor infravermelho para se movimentar e seguir caminhos.
À espera dos alunos escolhidos na nova edição do programa está a engenheira eletricista Graziella Gonçalves, gerente da área de construção de linhas e subestações da Copel. Entusiasta do programa, ela participou da avaliação dos alunos na última seleção e destaca a importância de conhecer a história dos candidatos. “Nós avaliamos o engajamento de cada um, suas habilidades, sua capacidade de comunicação, e também procuramos identificar para quais alunos o programa vai fazer uma grande diferença”, explica.
Esse é o caso da aluna que será mentorada por Graziella, Vitória Luíza dos Santos Santana, estudante do Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Telêmaco Borba. Vitória, como sua futura mentora, cresceu no interior do Paraná e enfrentou os desafios de se sustentar e se dedicar aos estudos.
“Eu sou a primeira pessoa de todas as gerações da minha família a ingressar no ensino superior, vou ser a primeira engenheira eletricista da família e espero que a primeira de muitos”, afirma Vitória. Ela se inscreveu no programa porque ama a área de elétrica e sempre quis trabalhar na Copel.
O investimento no futuro dos jovens engenheiros e da própria companhia, o programa Aluno Energia ajuda a promover a educação de qualidade, um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 4) da ONU. A empresa comprometeu-se voluntariamente com os objetivos e priorizou seis deles, incluindo o de educação.
Para o professor da UTFPR Roberto Cândido, iniciativas como as da Copel auxiliam na permanência dos alunos na universidade. “Temos visto casos de alto potencial que entram na universidade com a ideia de construir a sua carreira profissional, mas, infelizmente, por falta de condições financeiras não conseguem transformar este sonho em realidade. O Aluno Energia permite mudar esta realidade”, afirma.
