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Brasil como hub energético e digital: foco em data centers e hidrogênio verde impulsiona agenda da transição energética

Durante a 2ª Semana Regulatória do ONS, governo federal reforça compromisso com planejamento, expansão da transmissão e ambiente seguro para atração de investimentos em infraestrutura energética estratégica

O Brasil se posiciona para ocupar um papel de protagonismo na nova economia digital e de baixo carbono. Em um cenário de crescente demanda por infraestrutura de dados e soluções sustentáveis, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, durante a 2ª Semana Regulatória do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), seu empenho em tornar o país mais atrativo para a instalação de data centers e plantas de hidrogênio verde. A declaração veio do secretário de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, que representou a pasta no evento realizado em 5 de junho.

A estratégia do MME é clara: aproveitar o potencial da matriz energética limpa brasileira – uma das mais renováveis do mundo – para atrair investimentos de alto valor agregado, com forte impacto sobre produtividade, inovação tecnológica e descarbonização da economia.

“É fundamental que o Brasil tenha uma política sólida para atrair data centers que aproveitem nossos recursos energéticos sustentáveis, com os melhores padrões de eficiência e responsabilidade ambiental”, afirmou Barral, ao defender a criação de um ambiente regulatório seguro, previsível e estimulante para novos negócios.

Transição energética como vetor de desenvolvimento

A instalação de data centers é estratégica não apenas para fortalecer a soberania digital brasileira, mas também para criar novas frentes de demanda energética de base limpa, estimulando a expansão da oferta. Segundo o MME, a digitalização dos serviços públicos e privados requer infraestrutura robusta, que hoje ainda depende, em grande parte, de ativos situados no exterior.

“O Brasil contrata boa parte dos seus serviços digitais fora do território nacional. Com o avanço da infraestrutura energética e de conectividade, temos todas as condições de oferecer esses serviços internamente, gerando eficiência e produtividade para nossas empresas e instituições”, completou Barral.

A medida também acompanha o crescimento exponencial de tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e soluções baseadas em nuvem – todas altamente dependentes de energia elétrica confiável, limpa e acessível.

Hidrogênio verde e redes de transmissão: o elo da descarbonização

O plano do MME também contempla a criação de condições estruturais para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, o chamado hidrogênio verde, considerado uma das principais apostas globais para descarbonizar setores intensivos em energia, como siderurgia, fertilizantes e transporte pesado.

Para viabilizar essas plantas industriais, é imprescindível garantir a expansão da rede de transmissão, capaz de conectar polos produtores (geralmente no Norte e Nordeste) a centros industriais e logísticos no restante do país. Barral afirmou que o governo tem atuado de forma articulada com a ANEEL e a EPE para viabilizar projetos de infraestrutura robusta e resiliente, contemplando as novas necessidades do sistema elétrico.

Ambiente regulatório como alicerce da confiança

Durante o evento, que reuniu especialistas e representantes das principais instituições do setor energético nacional, ficou evidente que a confiança regulatória é elemento central para atrair capital estrangeiro e nacional para empreendimentos de longo prazo, como data centers e eletroindústrias.

O MME defende uma regulação moderna, que equilibre segurança jurídica com flexibilidade para inovação. “O objetivo é construir um modelo de desenvolvimento ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente eficiente”, reforçou Barral.

Projeções positivas e ganhos estruturais

Os benefícios esperados da estratégia vão além da matriz energética. Estão na geração de empregos qualificados, desenvolvimento tecnológico local, atração de startups, redução da dependência externa em infraestrutura digital e maior inserção do Brasil nas cadeias globais de tecnologia e energia limpa.

Com a 2ª Semana Regulatória do ONS, o governo federal mostrou disposição para escutar o setor e articular soluções interinstitucionais para que o país avance em seu papel como potência verde e digital.

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