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Energia nuclear: A força estratégica que o Brasil não pode mais ignorar

No Dia Nacional da Energia Nuclear, especialistas alertam para a urgência de investimentos e modernização do setor, que é essencial para a segurança energética e o desenvolvimento sustentável do país

Neste 22 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Energia Nuclear, uma data simbólica para refletir sobre os avanços e os desafios de um setor que, embora estratégico, ainda carece de atenção, investimentos e reconhecimento compatíveis com seu potencial. Muito além da geração de eletricidade, a tecnologia nuclear tem aplicações fundamentais na saúde, agricultura, indústria e pesquisa científica, consolidando-se como uma ferramenta crucial para o progresso nacional.

Segundo o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, o país precisa superar entraves regulatórios, ampliar os investimentos e incluir a energia nuclear no centro da estratégia de transição energética e desenvolvimento sustentável. “O Brasil possui um dos maiores potenciais do mundo para o desenvolvimento da energia nuclear, tanto na geração elétrica quanto em suas diversas aplicações tecnológicas. Precisamos fortalecer esse setor para impulsionar o crescimento econômico e garantir um futuro mais sustentável”, afirma.

Um recurso subutilizado diante de um imenso potencial

O Brasil tem atualmente duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e Angra 2, responsáveis por cerca de 2% da eletricidade gerada no país. No entanto, a construção de Angra 3, iniciada há décadas, segue paralisada, apesar de ser considerada essencial para a ampliação da matriz energética com uma fonte limpa, segura e de alta densidade energética.

Além disso, o país é líder global na produção de radioisótopos, substâncias utilizadas em tratamentos oncológicos, exames de diagnóstico por imagem e esterilização de materiais médicos. Essa competência científica e industrial posiciona o Brasil como um player relevante no cenário internacional, mas que ainda opera abaixo de sua capacidade máxima.

Enquanto isso, outras nações estão acelerando o passo. Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Canadá e Coreia do Sul já colocam a energia nuclear no centro de suas estratégias para atingir metas climáticas e fortalecer a segurança energética. Essa tendência global contrasta com a lentidão brasileira na modernização do marco regulatório e na construção de políticas públicas integradas para o setor.

Energia limpa, segura e com papel-chave na transição energética

Apesar das controvérsias históricas, especialistas destacam que a energia nuclear é uma das fontes mais seguras e limpas do ponto de vista ambiental. Ao contrário das termelétricas movidas a carvão ou gás natural, não emite CO₂ durante a operação e pode funcionar em base, garantindo estabilidade ao sistema elétrico — algo que fontes intermitentes como solar e eólica não oferecem sozinhas.

“O setor nuclear brasileiro tem potencial para ser um dos mais estratégicos do mundo. Precisamos avançar no debate, combater desinformações e mostrar seu impacto positivo para a sociedade”, defende Celso Cunha. Segundo ele, a cooperação entre governo, indústria e sociedade civil é essencial para romper as barreiras que ainda limitam o crescimento do setor.

O que está em jogo

Ignorar o potencial da energia nuclear significa abrir mão de uma alternativa eficiente para enfrentar a crise climática, a crescente demanda energética, e ainda comprometer o papel do Brasil no cenário internacional como líder em tecnologias limpas.

A retomada das obras de Angra 3, a criação de um ambiente regulatório moderno, e o estímulo à formação de novos profissionais e centros de pesquisa são passos urgentes. O momento exige visão de futuro, planejamento estratégico e, acima de tudo, coragem política para colocar a energia nuclear na posição que merece dentro da política energética nacional.

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