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Transição energética acelera: energias renováveis batem recorde global de expansão em 2024, com destaque para energia solar

Novo relatório da IRENA revela que mais de 92% da expansão da capacidade elétrica global veio de fontes renováveis, mas ritmo atual ainda é insuficiente para atingir meta climática de 2030

A transição energética global avançou de forma expressiva em 2024, com a capacidade instalada de energias renováveis alcançando um novo recorde histórico. Segundo as Estatísticas de Capacidade Renovável de 2025, publicadas pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o ano passado registrou um acréscimo de 585 gigawatts (GW) à capacidade mundial de geração renovável, o maior crescimento anual já registrado, correspondendo a um aumento de 15,1% em relação ao ano anterior.

A expansão não apenas supera o crescimento de 14,3% de 2023, como também comprova a consolidação das fontes renováveis como eixo central da transição energética. Em um cenário de crise climática e descarbonização urgente, as energias limpas demonstram ser, além de sustentáveis, economicamente viáveis e escaláveis.

Energia renovável lidera expansão global da capacidade elétrica

Em 2024, 92,5% da nova capacidade energética adicionada no mundo teve origem em fontes renováveis. A participação dessas fontes na matriz elétrica global cresceu de 43% para 46,4%, ao mesmo tempo em que usinas a combustíveis fósseis foram desativadas ou tiveram seus projetos postergados em diversas regiões.

Esse avanço foi impulsionado principalmente pela energia solar fotovoltaica e pela energia eólica, que, juntas, representaram 96,6% da expansão líquida da capacidade renovável no período. Esse dado reforça o protagonismo dessas tecnologias na transformação do setor energético mundial.

Energia solar: força motriz da transição

A energia solar fotovoltaica consolidou-se, mais uma vez, como o principal vetor de crescimento das renováveis. Em 2024, essa fonte adicionou quase 452 GW à matriz elétrica global, elevando sua capacidade total para 1.865 GW, um crescimento anual de 32,2%.

Além de abundante e de rápida instalação, a energia solar tornou-se altamente competitiva em termos econômicos. O custo médio ponderado da eletricidade gerada por novos projetos fotovoltaicos caiu 12% em 2023, reforçando sua viabilidade como principal alternativa à geração convencional.

Avanço regional desigual: Ásia lidera, África e América Latina ficam para trás

Embora o crescimento global seja expressivo, o relatório da IRENA evidencia uma preocupação persistente: as disparidades regionais na expansão da capacidade renovável.

A Ásia foi responsável por 72% das novas adições globais, com destaque para a China, que sozinha representou 88% da expansão asiática. Em contrapartida, América Central e Caribe contribuíram com apenas 3,2%, enquanto os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) viram suas adições diminuírem de 1,1 GW em 2023 para apenas 0,7 GW em 2024. A África acrescentou apenas 4,2 GW e o Oriente Médio, 3,3 GW.

Essas assimetrias representam um desafio significativo para alcançar uma transição energética global justa e inclusiva, sobretudo frente à meta internacional de triplicação da capacidade renovável até 2030.

Meta de 2030 está ameaçada sem aumento no ritmo de crescimento

Apesar dos avanços, o relatório da IRENA alerta que o atual ritmo de crescimento ainda não é suficiente. Para alcançar a meta climática de triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030, o mundo precisa atingir 11,2 terawatts (TW) instalados até o fim da década.

Mantido o ritmo atual, o déficit global será de aproximadamente 0,8 TW. Isso exigiria uma aceleração do crescimento anual para 16,6%, acima dos 15,1% alcançados em 2024.

Nesse contexto, a IRENA reforça a importância de que os países estabeleçam metas claras e quantificáveis em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — os compromissos climáticos assumidos no âmbito do Acordo de Paris. A agência também continua oferecendo apoio técnico para a formulação de políticas públicas e estratégias de implementação no setor energético.

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