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Novo boletim da ANEEL projeta reajuste médio de 3,5% para 2025

Agência Nacional de Energia Elétrica lança boletim trimestral com previsões e histórico tarifário, destacando redução dos impactos sobre os consumidores e maior transparência nos cálculos

Em um movimento que promete aliviar o bolso do consumidor brasileiro em 2025, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou, nesta segunda-feira (7/4), a primeira edição do boletim trimestral InfoTarifa, com projeções que indicam reajustes tarifários abaixo da inflação oficial.

Segundo o documento, o efeito médio esperado para as tarifas de energia elétrica no próximo ano é de 3,5%, abaixo dos índices de inflação projetados tanto pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), estimado em 5,1%, quanto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), previsto em 5,6%.

A publicação tem como objetivo ampliar a transparência e previsibilidade sobre os fatores que impactam os reajustes tarifários. “Nosso objetivo é proporcionar à sociedade previsibilidade e clareza quanto aos impactos nos cálculos das tarifas, e a ideia é atualizar esse panorama trimestralmente”, afirma Sandoval Feitosa, diretor-geral da ANEEL.

Transparência como ferramenta de controle

O InfoTarifa surge como uma ferramenta estratégica de comunicação pública, reunindo dados sobre a composição tarifária, encargos setoriais, custos de distribuição, evolução histórica das tarifas e principais determinantes externos que influenciam os reajustes anuais das distribuidoras.

Além das projeções, o boletim detalha que, ao longo dos últimos 15 anos, os aumentos nas tarifas têm acompanhado ritmo inferior ao da inflação. Enquanto os encargos setoriais aumentaram mais de 250% no período, a componente de distribuição — parcela B — apresentou crescimento inferior, resultado de iniciativas regulatórias que estimulam eficiência operacional nas distribuidoras.

Essa abordagem regulatória tem buscado valorizar empresas que apresentam boa performance técnica e gerencial, com impacto positivo direto na qualidade do serviço e na modicidade tarifária.

CDE e inflação: os principais vetores do reajuste

Entre os principais componentes que influenciam os reajustes tarifários, destaca-se a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cujo orçamento estimado para 2025 é de R$ 41 bilhões. Esses recursos são utilizados para custear políticas públicas, subsídios tarifários e ações estruturantes do setor, sendo um dos maiores fatores de pressão sobre as tarifas nos últimos anos.

Outro aspecto que impacta diretamente a conta de luz é o comportamento dos índices inflacionários, que afetam os contratos e os custos de operação das distribuidoras. Mesmo assim, a ANEEL aponta que, para 2025, os efeitos desses índices deverão ser menos intensos sobre as tarifas, resultado de ajustes metodológicos e da desaceleração de custos específicos do setor.

Além do boletim, a agência mantém ferramentas complementares de transparência, como o Subsidiômetro, que permite o monitoramento em tempo real dos subsídios cobrados na tarifa, e o painel de indicadores setoriais, voltado a analistas, jornalistas e estudiosos do setor elétrico.

Comunicação aberta e dados acessíveis

A publicação do InfoTarifa representa mais do que uma iniciativa técnica. É um instrumento de democratização da informação em um setor historicamente complexo para o grande público. Com linguagem acessível, gráficos atualizados e contextualização dos dados, o documento se propõe a ajudar consumidores, imprensa, empresas e academia a entenderem os movimentos do mercado e suas repercussões sobre as contas de energia.

A ANEEL ainda reforça que o boletim será atualizado trimestralmente, considerando os processos em andamento e as revisões tarifárias homologadas. O conteúdo completo já está disponível na biblioteca digital da Agência, bem como nas centrais de conteúdo do site oficial.

Implicações para o setor e o consumidor

Em um cenário de crescente pressão por eficiência energética e responsabilidade social, a sinalização de reajustes moderados traz alívio às famílias brasileiras e sinaliza que o setor elétrico está conseguindo, ao menos em parte, conter os efeitos da inflação estrutural.

Por outro lado, o desafio da sustentabilidade econômico-financeira das distribuidoras permanece, exigindo equilíbrio entre a manutenção da qualidade dos serviços e a moderação tarifária. Nesse contexto, o InfoTarifa surge como uma importante ferramenta para alinhar expectativas, gerar previsibilidade e garantir que os reajustes reflitam, de forma mais justa, a realidade do setor.

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