O evento discutirá os avanços, desafios e oportunidades das Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas no Brasil
Nos dias 18 e 19 de março, Brasília se tornará o epicentro das discussões sobre o futuro da matriz energética nacional com a realização da 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs. Organizado pela Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), o evento reunirá especialistas, empresários, representantes do governo e parlamentares para debater os desafios e as oportunidades que as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) representam no contexto da transição energética brasileira.
Com investimentos que ultrapassam R$ 3,11 bilhões nos últimos cinco anos, o setor de pequenas hidrelétricas vem desempenhando um papel crucial no fornecimento de energia limpa e renovável. No entanto, entraves regulatórios, socioambientais e comerciais ainda dificultam a expansão desse segmento. A conferência surge como um espaço essencial para discutir soluções e promover um diálogo estratégico entre os setores público e privado.
Crescimento e desafios das PCHs e CGHs no Brasil
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) indicam que o Brasil possui atualmente 425 PCHs e CGHs em operação, além de dezenas de empreendimentos em construção ou em fase de licenciamento. Somente entre 2020 e 2025, foram inauguradas 64 PCHs e 38 CGHs, representando um acréscimo de 311 MW de nova capacidade instalada. O investimento médio no setor foi de R$ 10 milhões por MW, reforçando o peso econômico dessas fontes renováveis.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios significativos. O licenciamento ambiental, por exemplo, é um dos principais entraves para novos projetos. A presidente da ABRAPCH, Alessandra Torres de Carvalho, destaca que a burocracia e as barreiras regulatórias podem retardar investimentos essenciais para garantir a segurança energética do país.
“O Brasil tem uma das maiores expertises do mundo no setor hidrelétrico, mas precisa avançar na expansão de novas usinas, incluindo PCHs e CGHs. Durante a 8ª Conferência, discutiremos os gargalos que ainda persistem, como questões ambientais, regulatórias e ideológicas, além de explorar soluções para fortalecer o setor.”
Outro tema central da conferência será a reinserção das PCHs e CGHs na matriz elétrica brasileira de forma sustentável. O evento contará com painéis sobre descarbonização, sustentabilidade, financiamento e inovação, explorando como essas fontes podem contribuir para um sistema elétrico mais eficiente e resiliente.
Programação e palestrantes
A 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs trará nomes de peso do setor elétrico para discutir a evolução do mercado. Entre os convidados estão o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, além de especialistas da ANEEL, EPE, ONS, CCEE e empresas como Voith Hydro, WEG e Eletrobras.
Os debates serão distribuídos em cinco painéis principais, abordando temas estratégicos como transição energética, mudanças climáticas, sustentabilidade e perspectivas de mercado. Um dos destaques será o painel sobre o papel das hidrelétricas na segurança do sistema elétrico nacional, incluindo a possibilidade de adoção de usinas reversíveis, que atuam como “baterias naturais” para armazenamento de energia.
Para Alessandra Torres de Carvalho, o evento é uma oportunidade única de fomentar o diálogo entre os setores público e privado e viabilizar um ambiente regulatório mais favorável.
“Precisamos modernizar o setor elétrico e criar condições para que as PCHs e CGHs possam contribuir ainda mais para a diversificação da matriz energética. O evento será um espaço essencial para essa discussão.”
Com uma programação robusta e a presença de representantes-chave do setor elétrico, a 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs promete ser um marco na busca por soluções energéticas mais sustentáveis e eficientes para o Brasil.