Região registrou carga inédita de 54.599 MWmed em 17 de fevereiro, refletindo o impacto das temperaturas extremas no setor elétrico
As temperaturas elevadas que atingem o Brasil continuam pressionando o consumo de energia elétrica. No dia 17 de fevereiro, a região Sudeste/Centro-Oeste registrou um novo recorde de demanda média, atingindo 54.599 megawatts médios (MWmed), segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esse valor supera o recorde anterior, registrado em 22 de janeiro, quando a demanda média foi de 53.997 MWmed — um aumento de 1,1% em menos de um mês.
O crescimento acelerado do consumo reflete o impacto direto da onda de calor, que tem levado a temperaturas acima da média histórica na região. O uso intensivo de aparelhos de refrigeração, como ar-condicionado e ventiladores, impulsionou a carga do sistema elétrico, reforçando a relação entre clima extremo e demanda energética.
Onda de calor pressiona infraestrutura elétrica
O fenômeno climático que afeta o Brasil neste verão tem sido responsável por sucessivos recordes de consumo de energia. O aumento da carga exige uma resposta eficiente do Sistema Interligado Nacional (SIN), que, segundo o ONS, tem conseguido atender plenamente à crescente demanda e manter a estabilidade do fornecimento.
No entanto, especialistas alertam para o impacto do uso intensivo da rede elétrica, que pode levar à sobrecarga de transformadores, cabos e subestações, elevando os riscos de apagões e falhas no fornecimento. Além disso, o maior consumo também pressiona os custos de operação do setor elétrico, aumentando a necessidade de despacho de usinas térmicas e influenciando as tarifas de energia.
Consumo elevado deve continuar nos próximos meses
As previsões meteorológicas indicam que o calor extremo pode persistir nos próximos meses, especialmente com a influência do El Niño, fenômeno climático que eleva as temperaturas em diversas regiões do país. Esse cenário reforça a tendência de demanda elevada por energia elétrica, exigindo atenção contínua do setor para garantir a confiabilidade do sistema.
O aumento do consumo também levanta debates sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura elétrica, modernização da rede de distribuição e ampliação da capacidade de geração de energia renovável, como solar e eólica. Essas medidas são fundamentais para garantir um sistema mais resiliente e preparado para eventos climáticos extremos no futuro.