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Em Brasília, Governador Eduardo Leite Pede Solução para Retomada da UTE Candiota III e Transição Justa

Com 80% da economia da região dependente do carvão mineral, força-tarefa busca alternativas para a continuidade das operações da usina em meio aos desafios da transição energética

Nesta quarta-feira (12), uma comitiva gaúcha liderada pelo governador Eduardo Leite esteve em Brasília para defender a retomada das operações da Usina Termelétrica (UTE) Candiota III, paralisada desde 1º de janeiro de 2025. O encontro contou com reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O grupo, que incluía prefeitos, deputados estaduais e federais, além de secretários de Estado, destacou a necessidade de uma transição energética justa para a região de Candiota, que tem cerca de 80% de sua economia dependente do carvão mineral.

A UTE Candiota III, inaugurada em 2009, teve seu contrato encerrado em dezembro de 2024. No entanto, o governo do Rio Grande do Sul argumenta que a usina ainda possui plenas condições técnicas para operar por pelo menos mais dez anos. Uma das principais propostas apresentadas pela comitiva foi a edição de uma Medida Provisória (MP) pelo governo federal para viabilizar a retomada das operações.

Defesa da Transição Justa

Durante a reunião com o ministro Alexandre Silveira, Eduardo Leite reforçou a importância de uma transição que não deixe a população local desamparada.

“O que nós pedimos é justamente a oportunidade de fazer esta transição de forma justa, sem deixar as pessoas para trás. O governo do Estado contratou consultorias especializadas e estamos trabalhando com a Way Carbon e o Centro Brasil no Clima para dar suporte a um plano de ação”, explicou o governador.

O plano, que está sendo elaborado por essas consultorias, terá duração de 13 meses e será voltado para orientar políticas públicas nas regiões dependentes do carvão.

União Suprapartidária

A comitiva contou com a participação do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Costa. O apoio suprapartidário também foi ressaltado pelos deputados federais e estaduais presentes.

“Não tem questão ideológica ou partidária aqui, mas sim uma preocupação com a transição energética justa”, frisou Eduardo Leite.

O Rio Grande do Sul concentra 90% das reservas de carvão mineral do Brasil e a região de Candiota tem um papel significativo na geração de energia termelétrica no país. Em 2023, Candiota foi o município líder em emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes de termelétricas, responsável por 22,5% do total nacional.

Desafios e Compromisso Federal

A dependência econômica do carvão faz com que a paralisação da UTE Candiota III ameace diretamente a subsistência da população local. O governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, comprometeu-se a avaliar alternativas para a situação, embora ainda não tenha definido prazos ou medidas concretas.

Entre as opções discutidas estão ajustes regulatórios e possíveis incentivos para garantir que a usina continue operando enquanto se avança no planejamento da transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

O governador Leite destacou a urgência da questão: “Não estamos apenas falando de uma usina, mas de milhares de empregos diretos e indiretos, além de toda uma economia que gira em torno da atividade. A transição precisa ser feita com responsabilidade social”.

Com o tema da transição energética ganhando cada vez mais espaço nas pautas ambientais e econômicas, a situação de Candiota simboliza os desafios enfrentados por muitas regiões no Brasil e no mundo, que dependem de combustíveis fósseis para sua subsistência.

A expectativa agora está voltada para os próximos passos do governo federal e as possíveis soluções para garantir um equilíbrio entre sustentabilidade, segurança energética e justiça social.

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