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Thymos Energia prevê expansão de 10 GW em renováveis em 2025 e destaca desafios na transição energética

Expansão acelerada de energia solar e eólica, mercado livre em alta e novos leilões prometem transformar o cenário energético do país neste ano

O Brasil se prepara para consolidar sua liderança global na transição energética em 2025, com uma expansão projetada de 10 GW em fontes renováveis, segundo o relatório da Thymos Energia, consultoria referência no setor. A estimativa inclui projetos de geração centralizada e distribuída, reforçando a diversidade da matriz energética nacional.

Com o crescimento expressivo de fontes solar e eólica, o país ultrapassou 244 GW de potência instalada em 2024, sendo mais de 35 GW provenientes de geração distribuída. Essa transformação reflete o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a inovação no mercado de energia, mas também expõe desafios significativos, como o curtailment – redução intencional da geração de energia pelo operador do sistema.

Desafios operacionais e oportunidades

Em 2024, cerca de 12.713 GWh de energia renovável – principalmente eólica, que representou 74% do volume – foram cortados devido ao curtailment. Segundo Mayra Guimarães, diretora de Regulação e Estudos de Mercado da Thymos Energia, o fenômeno continuará em 2025, com maior concentração no segundo semestre, quando a disponibilidade de geração renovável é mais elevada.

Além disso, novos leilões, como o de Reserva de Capacidade (LRCAP), devem fomentar a participação de fontes hidráulicas e termelétricas com inovações nos contratos, equilibrando o sistema energético.

O consumo de energia também deve crescer 4% no próximo ano, acompanhado pela expansão do mercado livre, que pode atingir 41% do consumo total do sistema. “A abertura regulatória e o cronograma de acesso ao mercado livre para todos os consumidores brasileiros serão cruciais para ampliar o alcance dessa modalidade”, destacou Guimarães.

Retrospectiva de 2024: avanços e desafios superados

O ano de 2024 foi marcado por um crescimento de 4,4% no consumo de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), impulsionado pelos setores de minerais, metalurgia e saneamento. A matriz energética brasileira cresceu significativamente com a adição de 19 GW em fontes renováveis, especialmente solar e eólica, consolidando sua posição como uma das mais limpas e diversificadas do mundo.

No entanto, o cenário também trouxe desafios financeiros. Os reajustes tarifários médios de 5,9% foram influenciados por custos de distribuição e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). No mercado de gás natural, revisões tarifárias variaram amplamente, refletindo as diferentes condições das distribuidoras.

Outro destaque foi o crescimento do mercado livre de energia, que encerrou o ano com um aumento de 55% no número de consumidores e representou 39% do consumo total de eletricidade. Essa expansão foi possível graças à abertura para consumidores com contas mensais superiores a R$ 10 mil, conectados em alta e média tensão.

Tendências e regulações para 2025

O ano de 2025 também será decisivo para avanços regulatórios e de mercado. A Lei do Hidrogênio e novos leilões de capacidade e transmissão estão no centro das discussões, enquanto medidas como a Medida Provisória 1.212 e a renovação de concessões de distribuição devem moldar o futuro do setor.

Adicionalmente, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) – que fechou em R$ 126/MWh em 2024, acima dos dois anos anteriores – pode sofrer novas alterações devido à maior participação de fontes renováveis e ao impacto do efeito “Curva do Pato,” associado ao aumento da geração solar durante o dia e à alta demanda noturna.

O relatório da Thymos Energia destaca que, embora o Brasil esteja no caminho para se consolidar como líder global em transição energética, o setor precisa enfrentar desafios técnicos e regulatórios, além de fomentar inovações para maximizar o aproveitamento de sua matriz limpa.

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