Previsão de crescimento da carga cai para 2,6%, enquanto estimativas de chuvas no Sudeste e Norte também são revisadas para baixo.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou suas projeções para a carga de energia do Brasil em janeiro, reduzindo a estimativa de crescimento anual de 4,2% para 2,6%. A previsão atual indica uma carga de 81.730 megawatts médios, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira.
A redução reflete ajustes no comportamento da demanda energética, possivelmente influenciados por condições climáticas e econômicas. O relatório também apresentou uma revisão nas expectativas de chuvas para as principais hidrelétricas do país, destacando um cenário menos favorável no Sudeste/Centro-Oeste e no Norte, regiões responsáveis por uma parte significativa da geração de energia no Brasil.
Revisões para Chuvas nas Hidrelétricas
As chuvas esperadas para o Sudeste/Centro-Oeste, onde estão localizados os maiores reservatórios hidrelétricos do Brasil, foram reduzidas para 97% da média histórica, ante os 107% previstos na semana anterior. A região Norte também sofreu uma revisão significativa, com as chuvas caindo de 131% para 111% da média histórica.
Por outro lado, as previsões de energia natural afluente (ENA) foram elevadas para as regiões Sul e Nordeste. No Sul, o índice subiu de 73% para 76% da média, enquanto no Nordeste, a previsão passou de 101% para 105%. Apesar desses avanços, o Sudeste/Centro-Oeste continua sendo o subsistema mais relevante para o equilíbrio hídrico nacional, e a revisão para baixo na região reforça a necessidade de atenção à gestão de recursos.
Reservatórios Hidrelétricos e Capacidade de Armazenamento
Os principais reservatórios do país, concentrados no Sudeste/Centro-Oeste, também tiveram sua projeção de armazenamento revisada para baixo. A nova estimativa aponta que os reservatórios devem encerrar janeiro com 63,6% de sua capacidade total, abaixo dos 65,9% previstos na semana anterior.
Essa redução é um indicativo de que a geração hidrelétrica pode enfrentar desafios adicionais nas próximas semanas, especialmente se as condições climáticas não favorecerem a recuperação dos níveis de água.
Impacto no Setor Energético
A redução na carga e as mudanças nas previsões de chuva podem ter implicações relevantes para o planejamento energético do país. Menores volumes de chuvas em regiões-chave, como o Sudeste, podem pressionar o uso de outras fontes de geração, como térmicas e renováveis, para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda.
A situação dos reservatórios também é um fator crítico, especialmente em períodos de alta demanda, como o verão. Apesar de os níveis atuais ainda estarem em patamares relativamente confortáveis, revisões negativas podem acender um alerta para o restante do ano.