Atualização do HVDC Aumenta Confiabilidade da Transmissão de Energia sem Custos Adicionais para o Consumidor Brasileiro
A Usina de Itaipu, um dos maiores marcos da engenharia e geração de energia no mundo, segue protagonizando avanços significativos no setor elétrico brasileiro. Com 40 anos de operação, o Sistema de Transmissão em Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) da Binacional está passando por uma ampla modernização, financiada por um investimento de R$ 2 bilhões, totalmente coberto pela própria Itaipu, sem repasse de custos ao consumidor.
Na última quarta-feira (8), a Subestação de Foz do Iguaçu (PR) recebeu uma visita técnica do diretor financeiro executivo de Itaipu, André Pepitone, do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado, e do vice-presidente de Regulação da Eletrobras, Rodrigo Limp. A agenda incluiu a apresentação dos avanços nas obras de revitalização do HVDC, que conectam a hidrelétrica aos principais centros consumidores do país.
Obras de Modernização: Confiabilidade e Eficiência
O projeto de revitalização do HVDC prevê a substituição completa dos principais componentes do Bipolo 1, incluindo sistemas de supervisão, proteção e controle de ambos os bipolos (1 e 2), localizados nas subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna (SP). Essa atualização tem como foco aumentar a segurança operacional e implementar recursos que o sistema não dispunha anteriormente.
Embora a capacidade de transmissão permaneça inalterada, a modernização agrega confiabilidade ao Sistema Interligado Nacional (SIN), fundamental para sustentar o crescimento econômico e garantir o abastecimento das regiões Sudeste e Sul.
“A revitalização traz mais segurança ao sistema e não impacta a tarifa de transmissão paga pelos consumidores, já que o investimento vem dos recursos próprios da Itaipu Binacional”, destacou André Pepitone, diretor financeiro da usina.
Entrega Antecipada e Benefícios Imediatos
Um dos destaques do projeto é a antecipação da entrega de etapas prioritárias. Em dezembro de 2024, o Conversor 4 do Bipolo 1 voltou a operar antes do prazo originalmente previsto, que era janeiro de 2025. Essa conquista demonstra a agilidade e eficiência no cumprimento das metas de execução do projeto.
“A parceria entre Itaipu e Eletrobras torna essa obra possível sem custos adicionais ao consumidor, contribuindo não só para a segurança energética, mas também para a redução de encargos tarifários,” afirmou Rodrigo Limp, vice-presidente de Regulação da Eletrobras.
Impacto Estratégico para o Sistema Elétrico Nacional
Desde sua entrada em operação, o HVDC tem sido crucial para a integração da geração de Itaipu ao SIN. Apenas o Bipolo 1 é responsável por transportar cerca de 43% da energia gerada pela usina, o que equivale a 1,3 bilhão de MWh desde 1984. A subestação de Ibiúna, localizada próxima à capital paulista, desempenha um papel estratégico, conectando as regiões Sul e Sudeste, principais polos consumidores do país.
Além de assegurar o fornecimento energético, o projeto também contribui para a modicidade tarifária. Ao financiar a revitalização com recursos próprios, Itaipu elimina a necessidade de repassar esses custos às tarifas de transmissão, aliviando o bolso dos consumidores.
História e Visita Técnica
A agenda técnica também incluiu um momento histórico. O grupo de visitantes contou com a presença do técnico aposentado José Pereira do Nascimento, que acionou a primeira máquina de Itaipu em 1984. Ele acompanhou o presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Alexandre Ramos, e outros representantes em um tour pela hidrelétrica, destacando a relevância da usina para o desenvolvimento energético do Brasil.
A revitalização do HVDC é a primeira grande reforma desse sistema desde sua criação e deve ser concluída em 2026, seguida por uma operação assistida entre 2027 e 2029.