Projeto pioneiro utiliza DNA ambiental para monitoramento e gestão da biodiversidade em reservatórios de hidrelétricas
A ENGIE deu um passo significativo em direção à sustentabilidade e inovação ao investir R$ 4,6 milhões em um projeto de mapeamento genético de peixes na região do reservatório da Usina Hidrelétrica São Salvador, no rio Tocantins. Com início em dezembro de 2020, o projeto, batizado como “Desenvolvimento e aplicação de ferramentas genéticas no monitoramento da ictiofauna de reservatórios de usinas hidrelétricas”, tem como objetivo revolucionar o monitoramento ambiental e a análise da estrutura genética da biodiversidade aquática.
O estudo, que está em fase de conclusão, combina tecnologias de sequenciamento genético com coleta de DNA ambiental (eDNA), uma abordagem inovadora que promete superar as limitações dos métodos convencionais de monitoramento. Essas técnicas têm o potencial de reduzir significativamente o impacto ambiental, evitando o manuseio direto dos animais e, consequentemente, minimizando o estresse e os riscos de lesões aos peixes.
Segundo Andréia Szortyka, Gerente do Projeto e Coordenadora de Processos Ambientais da ENGIE Brasil Energia, os resultados obtidos até agora oferecem novas perspectivas para a gestão e conservação da biodiversidade aquática. “Com o projeto, estamos abrindo novas possibilidades de monitoramento ambiental, contribuindo diretamente para a saúde dos ecossistemas em áreas influenciadas por hidrelétricas,” afirma.
Inovação com Base no DNA Ambiental
O grande diferencial do projeto é o uso do DNA ambiental, que permite identificar espécies, determinar biomassa e mapear populações de peixes a partir de traços genéticos presentes na água. Esse processo inovador utiliza tecnologias avançadas de sequenciamento genético, proporcionando uma análise mais detalhada e precisa do ecossistema.
De acordo com Karen Schroder, Gerente de Meio Ambiente da ENGIE Brasil Energia, o projeto vai além do monitoramento, pois gera dados cruciais para o desenvolvimento de programas de gestão sustentável. “Estamos desenvolvendo uma ferramenta que reforça nosso compromisso com a preservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos hídricos em nossos empreendimentos,” destaca.
As atividades realizadas até o momento incluem a coleta de amostras em diferentes pontos do reservatório, seguida pelo sequenciamento genético e análise bioinformática. Essas etapas resultaram na identificação consistente das espécies presentes na bacia hidrográfica da Usina Hidrelétrica São Salvador, oferecendo uma base sólida para futuros programas de gestão ambiental.
Parceria com Ciência e Tecnologia
O projeto é uma colaboração entre a ENGIE Brasil Energia e a empresa ATGC – Genética Ambiental Ltda, uma startup incubada na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa parceria entre setor privado e academia reforça a importância da ciência e tecnologia no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras.
Além disso, a ENGIE planeja registrar um pedido de patente relacionado ao projeto ainda este ano, consolidando sua liderança na aplicação de novas tecnologias para a conservação ambiental. Ao combinar ciência de ponta com gestão ambiental, a empresa oferece uma solução que não apenas protege a biodiversidade, mas também estabelece novos padrões para o setor energético no Brasil.