Recorde de migração para o mercado livre impulsiona crescimento de unidades consumidoras e participantes na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica em 2024
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) anunciou, em outubro de 2024, que atingiu a marca de 16 mil agentes ativos, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela migração recorde de consumidores para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), permitindo um aumento expressivo no número de unidades consumidoras e comercializadoras de energia. Hoje, a CCEE gerencia 61.977 ativos, refletindo a abertura do mercado livre de energia para consumidores do Grupo A, aqueles de alta e média tensão, desde o início deste ano.
O ambiente do mercado livre tem atraído cada vez mais empresas em busca de liberdade para escolher seu fornecedor de energia, um fator que, segundo a CCEE, representa uma mudança estratégica para a competitividade do setor energético brasileiro. Desde janeiro de 2024, 20.973 unidades consumidoras migraram para o mercado livre, um número recorde que reforça o ACL como uma alternativa para empresas que buscam flexibilidade e controle sobre seus custos energéticos.
O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos, destacou que essa migração maciça reflete a demanda crescente por um setor mais dinâmico e que atenda às necessidades de consumidores industriais, comerciais e, em menor escala, residenciais. “O aumento no número de migrações mostra o quanto os consumidores estão dispostos a participar de um mercado que oferece mais liberdade e melhores condições para negociar seus contratos de energia. Nosso foco é continuar modernizando o setor, simplificando processos e garantindo que todos os agentes tenham acesso a um ambiente regulatório eficiente,” afirmou Ramos.
Crescimento de Unidades Consumidoras e Comercializadoras
Atualmente, o quadro associativo da CCEE é composto principalmente por consumidores, que somam 13.123 dos 16 mil agentes. O número total de unidades consumidoras (UC) ativas no mercado livre atingiu 58.875 em outubro de 2024, um aumento de 48% em relação a dezembro de 2023. Desse total, 40.531 UC operam diretamente na CCEE, enquanto 18.344 atuam sob a representação de comercializadoras varejistas, que desempenham o papel de intermediárias entre os consumidores e a CCEE.
Além dos consumidores, o mercado também conta com um número crescente de comercializadoras. Atualmente, a CCEE registra 506 comercializadoras de energia, sendo que 129 estão habilitadas para atuar como varejistas, um segmento estratégico para facilitar o acesso ao ACL para pequenas e médias empresas. O crescimento no número de comercializadoras reflete o aumento da demanda de consumidores que desejam mais autonomia e oportunidades para otimizar seus gastos com energia.
Abertura de Mercado e Flexibilização para o Grupo A
O aumento recorde nas migrações de consumidores foi impulsionado pela abertura do ACL para todos os consumidores do Grupo A, um avanço que torna o mercado livre acessível para unidades consumidoras de alta e média tensão, como indústrias e grandes estabelecimentos comerciais. Essa flexibilização permitiu que um número significativo de novas empresas aderisse ao ACL, onde podem negociar diretamente com fornecedores e buscar preços mais competitivos, além de optar por contratos de longo prazo que garantam previsibilidade financeira.
Para os consumidores, a principal vantagem do ACL é a liberdade de escolher seu fornecedor de energia, o que é particularmente atrativo para indústrias e comércios que consomem grandes quantidades de eletricidade. A CCEE tem trabalhado em melhorias para simplificar o processo de adesão ao mercado livre, incluindo o desenvolvimento de novas tecnologias e processos que tornem a migração mais acessível e transparente.
A expectativa é que o ACL continue a se expandir nos próximos anos, impulsionado tanto pela demanda de consumidores por mais liberdade e competitividade quanto pela evolução da regulação que facilite o acesso ao mercado livre para diferentes perfis de consumidores.
Segundo dados da CCEE, a abertura do ACL pode ter impacto direto na economia do setor e promover o desenvolvimento de uma matriz energética mais diversificada e eficiente. A entidade prevê que o número de migrações para o ACL aumente ainda mais à medida que as regras de acesso sejam revisadas para permitir uma inclusão gradual de consumidores de menor porte, como pequenas e médias empresas, que já demonstraram interesse em aderir ao mercado livre.