Nuclear Legacy: Brasil Impulsiona Futuro da Energia Nuclear com Parcerias Estratégicas e Inovação

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Em evento histórico, setor nuclear brasileiro celebra avanços em parcerias e homenageia líderes que impulsionam a transição energética e a sustentabilidade

Nos dias 5 e 6 de novembro, Foz do Iguaçu (PR) foi palco do evento Nuclear Legacy, uma importante conferência organizada pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O evento reuniu autoridades, especialistas e executivos do setor nuclear para discutir o futuro da energia nuclear e sua contribuição para a transição energética do Brasil, um tema de crescente relevância no cenário global.

Durante o evento, foram abordados os desafios e oportunidades para o setor nuclear, e uma série de acordos estratégicos foram assinados, visando impulsionar o desenvolvimento e a inovação no setor. Além disso, homenagens foram prestadas a personalidades e profissionais que se destacaram por suas contribuições, tanto na área técnica quanto em áreas associadas à regulação e à pesquisa.

Homenagens e Reconhecimento aos Destaques do Setor

A cerimônia de abertura do Nuclear Legacy foi marcada pela entrega de medalhas a profissionais e entidades que contribuíram significativamente para o setor. Entre os homenageados estavam:

  • Medalha de Defesa: Alte. Koga, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), reconhecido por sua contribuição à defesa nacional e ao programa nuclear da Marinha do Brasil.
  • Medalha de Diplomacia: Márcia Maro, embaixadora do Ministério de Relações Exteriores, por seu trabalho diplomático em prol do setor nuclear brasileiro.
  • Medalha de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): Giovani Machado, assessor da presidência da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), pelo seu trabalho de inovação no setor energético.
  • Medalha de Medicina Nuclear: Daniel Soranz, deputado federal, por seu apoio contínuo à área de medicina nuclear.
  • Medalha de Funcionário do Ano: José Nivaldo Pereira, técnico da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), pelo seu trabalho exemplar na desativação segura de instalações nucleares.
  • Medalha de Jornalista: Henrique Lessa, do Correio Braziliense, em reconhecimento à sua cobertura jornalística especializada em temas energéticos.

Além disso, a Olimpíada Nuclear Brasileira teve seu papel destacado no evento, celebrando o talento e o futuro do setor com a premiação das equipes vencedoras. As competições fomentaram o interesse dos jovens no campo da energia nuclear, e os resultados foram celebrados como uma promessa para o futuro do Brasil nesse setor estratégico.

Acordos Estratégicos para Impulsionar o Setor Nuclear

Uma das principais atrações do Nuclear Legacy foi a assinatura de acordos de cooperação entre importantes entidades do setor nuclear. Dentre os acordos firmados, destacam-se:

  • Acordo entre Rosatom e Nuclep: Um memorando de confidencialidade foi assinado entre a empresa russa Rosatom e a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados), visando o desenvolvimento de microreatores modulares e a possível fabricação desses equipamentos no Brasil. A parceria contribuirá para a redução das emissões de carbono e ajudará o Brasil a se tornar um líder regional em energia nuclear limpa.
  • Parcerias com a ABDAN: A ABDAN firmou diversos memorandos com entidades como a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o ITAIPU PARQUETEC, o SEBRAE/RJ e a Tractebel Engie, com o objetivo de promover a inovação no setor e criar uma rede de apoio às pequenas e médias empresas do setor nuclear.
  • Amazul e Framatome: A cooperação entre a Amazul (Agência Brasileira de Desenvolvimento de Produtos Nucleares) e a Framatome visa o desenvolvimento científico e técnico de projetos conjuntos no setor nuclear, especialmente na área de reatores nucleares e sua utilização civil.
  • Amazul e SBMN: Também foi firmado um memorando entre a Amazul e a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, com foco em pesquisas e desenvolvimento tecnológico, buscando fortalecer a medicina nuclear no país.

Esses acordos visam aumentar a competitividade do setor nuclear brasileiro, estabelecer o país como um polo de inovação tecnológica no mercado global e garantir maior autonomia na produção e gestão de energia limpa e segura.

Discursos e Desafios da Transição Energética no Brasil

Celso Cunha, presidente da ABDAN, foi um dos principais oradores do evento e destacou a trajetória de 37 anos da associação, enfatizando a necessidade de um novo modelo regulatório para a energia nuclear no Brasil. Cunha alertou sobre os desafios da transição energética no país, apontando a necessidade de diversificar a matriz energética brasileira e reconhecer a importância da energia nuclear como uma fonte estável e de baixo carbono. Ele defendeu a inclusão das térmicas nucleares no Plano de Aceleração da Transição Energética (PATEN) como forma de garantir uma matriz mais segura e sustentável.

O presidente da ABDAN criticou a atual dependência do Brasil de fontes solares e eólicas, afirmando que a variabilidade dessas fontes não é suficiente para garantir a segurança energética do país. Para ele, a energia nuclear é um componente essencial para a transição energética, pois oferece uma fonte de energia constante e com baixas emissões de carbono.

Durante o evento, também foram realizados dois painéis de debates essenciais para a transição energética do Brasil. O primeiro discutiu os caminhos para uma matriz elétrica limpa, com a participação de especialistas como Luiz Maurer, consultor energético, e Donato Filho, diretor da Volt Robotics. Já o segundo painel abordou os desafios climáticos e o papel da energia nuclear, com contribuições de líderes como Marcelo Moraes, presidente do MFASE, e Leonam Guimarães, consultor da Amazul.

Perspectivas para o Futuro

O Nuclear Legacy reafirmou a posição do Brasil como um dos protagonistas da transição energética global, destacando o papel vital da energia nuclear para enfrentar as mudanças climáticas e garantir a segurança energética no futuro. As parcerias e acordos firmados durante o evento reforçam a importância de investimentos em inovação, pesquisa e cooperação internacional para que o setor nuclear brasileiro continue a crescer e evoluir, contribuindo para um futuro mais sustentável.

Com uma agenda focada em inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável, o Nuclear Legacy reafirma o compromisso do Brasil com a transição para uma matriz energética mais limpa e resiliente, consolidando o setor nuclear como um dos pilares dessa transformação.

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