Com metas ambiciosas para descarbonizar setores-chave e acelerar a transição ecológica, nova plataforma visa mobilizar capital internacional e consolidar o Brasil como líder global em desenvolvimento sustentável
O Brasil deu um passo decisivo em direção à transformação ecológica e à mobilização de investimentos climáticos ao lançar a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP). A iniciativa, liderada pelo Governo brasileiro em parceria com instituições globais, visa alavancar recursos internacionais para acelerar a descarbonização de setores essenciais, promovendo o desenvolvimento sustentável e enfrentando os desafios climáticos de maneira robusta e integrada.
A plataforma, que contou com o apoio de ministérios brasileiros, como o da Fazenda, Meio Ambiente e Mudança Climática, Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foi anunciada oficialmente com a presença de representantes de alto nível de instituições financeiras globais, como o Banco Mundial, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). A BIP é uma resposta à necessidade urgente de transformar as metas climáticas em investimentos concretos que possam gerar impacto socioeconômico e ambiental.
Conectando Metas e Investimentos
O principal objetivo da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica é mobilizar capital internacional para financiar projetos que estejam alinhados com o Plano de Transformação Ecológica do governo brasileiro. A plataforma será um ponto de convergência entre o setor público, o setor privado e as instituições multilaterais de desenvolvimento, garantindo que os recursos necessários para projetos de transição climática sejam captados e aplicados de forma eficaz.
De acordo com Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, a BIP é o resultado de um ano e meio de esforços do governo para criar um ambiente regulatório e financeiro propício para investimentos verdes. “Estamos concluindo um ciclo importante de estruturação dos nossos marcos regulatórios e financeiros para investimentos verdes. Agora, entramos em uma nova fase, que é a atração de uma nova onda de investimentos voltados para a transformação ecológica”, afirmou o ministro.
Potencial de Impacto Global
O Brasil tem uma responsabilidade significativa no cenário global de combate às mudanças climáticas. O país já atualizou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) com metas de reduzir suas emissões em 53% até 2030, além de se comprometer com o combate ao desmatamento, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a transição para energias limpas e renováveis. A nova plataforma surge como uma ferramenta essencial para que o Brasil consiga captar o volume necessário de recursos para atingir essas metas ambiciosas.
Mark Carney, Enviado Especial da ONU para Ação e Finanças Climáticas, destacou o papel de liderança que o Brasil está assumindo. “O Brasil está dando um exemplo para o mundo – mostrando como a ação sobre emissões pode impulsionar o crescimento, espalhar prosperidade e criar novos empregos bem remunerados”, disse ele.
Setores Prioritários e Projetos-Piloto
Inicialmente, a BIP focará em três setores prioritários: Soluções baseadas na natureza e bioeconomia; Indústria e Mobilidade; e Energia. Os projetos que serão desenvolvidos nestes setores visam promover uma transformação econômica em grande escala, com iniciativas que vão desde a restauração da vegetação nativa e redução do desmatamento até a implementação de indústrias de energia renovável, como hidrogênio verde e energia solar off-grid.
Entre os projetos-piloto que já estão sendo analisados, destacam-se a proposta da Acelen Renewables para produzir diesel verde e combustível sustentável a partir da macaúba, uma planta brasileira, e o projeto Corredores para a Vida, que visa restaurar áreas fragmentadas da Mata Atlântica.
Parcerias Globais e Nacionais
O sucesso da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos depende da forte colaboração entre o governo brasileiro, instituições financeiras globais e empresas privadas. A iniciativa já conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Bloomberg Philanthropies, da Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (GFANZ) e do Fundo Verde para o Clima (GCF), entre outros.
De acordo com Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, a plataforma será fundamental para atrair investimentos de outros países e acelerar a descarbonização da economia brasileira. “Será essencial para a implementação do Plano Clima, atraindo investimentos de outros países para dar escala à descarbonização da economia brasileira”, declarou a ministra.
A BIP também trabalhará em sinergia com outros programas públicos, como o Restaura Amazônia e o Hub de Descarbonização Industrial, visando integrar os esforços de sustentabilidade e mobilizar capital para soluções baseadas na natureza e descarbonização industrial.
Oportunidade de Crescimento Sustentável
Com a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica, o Brasil se posiciona como um líder global no enfrentamento das mudanças climáticas. Além de contribuir para a redução das emissões de carbono e a preservação ambiental, a plataforma cria oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável, geração de empregos e aumento da competitividade no mercado global de energias renováveis.
Dilma Rousseff, Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, destacou o papel transformador da BIP: “Esta iniciativa é uma oportunidade para o Brasil alavancar projetos de desenvolvimento sustentável que terão um impacto significativo nas próximas décadas. O NDB está pronto para ser um parceiro de primeira linha para o Brasil no desenvolvimento da BIP como uma referência internacional em mobilização de capital.”
Com essa plataforma, o Brasil não apenas reafirma seu compromisso com a agenda climática, mas também oferece ao mundo um modelo de como transformar metas ambiciosas em ações práticas e financeiramente viáveis.
