Domingo, Maio 18, 2025
25 C
Rio de Janeiro

Governo descarta volta do horário de verão em 2024 e estuda retorno para 2025

Ministério de Minas e Energia avalia melhora nas condições hídricas e projeta economia de até R$ 1,8 bilhão com possível retorno da medida no próximo ano

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o horário de verão não será retomado em 2024. A decisão, segundo ele, foi tomada após uma análise do cenário atual dos reservatórios e das chuvas no Brasil, que estão em processo de recuperação. O governo planeja reavaliar a medida ao longo dos próximos meses para um possível retorno em 2025, quando as condições hídricas e os estudos de impacto energético poderão estar mais favoráveis.

“Nós temos a segurança energética assegurada, e há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025”, afirmou o ministro. A pasta também levou em consideração o tempo necessário para que setores estratégicos, como o de aviação, se adequem às mudanças provocadas pela alteração no horário.

Cenário energético: melhora nas chuvas e nos reservatórios

A decisão de não adotar o horário de verão em 2024 está diretamente ligada à melhora das condições climáticas e hídricas no Brasil. De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o país vem apresentando uma recuperação modesta nos níveis dos reservatórios, permitindo que a necessidade de medidas extraordinárias, como o adiantamento dos relógios, seja adiada.

O Comitê já havia recomendado em setembro que o governo considerasse a retomada do horário de verão para o final de 2024, o que poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões ao evitar o acionamento de usinas termelétricas, de custo mais elevado. No entanto, a decisão foi revista após novos estudos indicarem que o cenário climático está mais favorável, permitindo que o governo mantenha as operações dentro dos parâmetros atuais de consumo.

Apesar disso, o ministro Silveira destacou que o retorno do horário de verão ainda está em discussão para 2025, quando as condições serão novamente avaliadas. “Temos condições de, depois do verão, avaliar a volta dessa política em 2025, considerando tanto o cenário hídrico quanto os benefícios econômicos que ela pode trazer”, afirmou.

Impactos econômicos do horário de verão

Historicamente, o horário de verão foi implementado no Brasil com o objetivo de otimizar o consumo de energia elétrica, aproveitando ao máximo a luz solar durante os meses mais quentes do ano. Isso reduzia a demanda nos horários de pico, entre o final da tarde e o início da noite, o que ajudava a aliviar o sistema elétrico nacional. No entanto, com as mudanças nos padrões de consumo de energia ao longo dos anos e o aumento da eficiência energética, a medida passou a ser questionada.

Desde sua suspensão em 2019, diversos estudos foram realizados para avaliar se o horário de verão ainda é uma política eficaz. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que, se o horário de verão fosse retomado em 2024, haveria uma economia de R$ 400 milhões. No entanto, se adotado a partir de 2025, essa economia poderia saltar para R$ 1,8 bilhão por ano, devido ao impacto positivo no equilíbrio entre oferta e demanda de energia elétrica, além da redução no uso de termelétricas.

“A economia gerada pelo horário de verão, especialmente em um cenário de transição energética, pode ser significativa para o setor elétrico e para a sociedade como um todo. Estamos trabalhando com uma visão de longo prazo para garantir a segurança energética do Brasil e minimizar os custos para o consumidor”, destacou o ministro.

Setores econômicos se beneficiam da decisão

Outro fator considerado na decisão de postergar a volta do horário de verão foi o impacto em setores estratégicos da economia, como o transporte aéreo. De acordo com Silveira, a implementação da medida neste ano criaria desafios operacionais em setores que precisam de um planejamento adequado para ajustar seus cronogramas.

O setor de aviação, por exemplo, requer um período de adaptação para realinhar as rotas e horários dos voos. Uma mudança abrupta no calendário poderia gerar dificuldades logísticas e custos adicionais para as companhias aéreas e para os consumidores.

Perspectivas para 2025 e a segurança energética

Com a decisão de postergar a volta do horário de verão, o governo se compromete a continuar monitorando as condições climáticas e a demanda por energia elétrica no Brasil. A reavaliação para 2025 será feita com base em novos estudos e na recuperação das condições hídricas.

O ministro Alexandre Silveira ressaltou que, além do aspecto econômico, o retorno do horário de verão está sendo considerado no contexto da transição energética, na qual o Brasil busca aumentar a utilização de fontes renováveis e reduzir as emissões de carbono. “Estamos analisando o melhor momento para retomar a medida, levando em consideração os desafios climáticos e as necessidades energéticas do país”, disse o ministro.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Investimentos em Gás Natural no Brasil Travam Sem Garantias Regulatórias, Fiscais e Jurídicas

Lideranças do setor energético alertam, durante o Seminário de...

Últimas Notícias

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em...

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até...

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Carros elétricos superam 25% do mercado global em 2025 e aceleram...

Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta crescimento...

Mauricio Lyrio assume Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente do...

Diplomata com sólida atuação internacional substituirá André Corrêa do...

Artigos Relacionados

Categorias Populares