Parcerias com produtores rurais reforçam estratégia da empresa para reduzir emissões de carbono e garantir suprimento sustentável de energia térmica e elétrica
A Cargill anunciou que pretende expandir sua área dedicada ao cultivo de florestas de eucalipto para até 40 mil hectares até 2029, por meio do fortalecimento de seu programa de parcerias florestais com produtores rurais no Brasil e no Paraguai. A medida é considerada estratégica para garantir a disponibilidade sustentável de biomassa, fundamental para alimentar as operações industriais da empresa e viabilizar o cumprimento de sua meta de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) por tonelada de produto até 2030, dentro do escopo 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Atualmente, a Cargill consome anualmente cerca de 1,6 milhão de toneladas de biomassa na América do Sul, utilizada na geração de energia térmica e na cogeração de energia elétrica em 18 plantas e 70 armazéns no Brasil e Paraguai. A principal fonte dessa biomassa é o eucalipto, utilizado na forma de cavaco para alimentar as caldeiras das unidades produtivas.
“Além de ter alto poder calorífico, o eucalipto se destaca pela sua rápida capacidade de renovação, completando seu ciclo de crescimento em aproximadamente seis anos, período em que ocorre também o sequestro de carbono da atmosfera”, explica Bruno Haipek, líder da área de Recursos Florestais e Biomassa da Cargill para a América do Sul.
Estratégia sustentável com parcerias rurais
A estratégia de expansão será viabilizada majoritariamente por meio do programa de parcerias florestais, que já opera em sete estados brasileiros e no Paraguai, e deverá responder por aproximadamente 80% do volume total de biomassa consumido pela empresa. A iniciativa oferece aos produtores rurais a oportunidade de dedicar parte de suas propriedades ao cultivo de eucalipto, com a Cargill assumindo os custos de plantio, manutenção e fornecendo respaldo ambiental.
“Essa é uma solução sustentável que alia a demanda energética industrial à diversificação de renda para os produtores, especialmente em áreas degradadas ou de baixa produtividade”, destaca Haipek.
Atualmente, as áreas sob parceria somam 22 mil hectares, distribuídas em locais estratégicos, próximos às unidades industriais da Cargill, situadas em cidades como Uberlândia (MG), Castro e Ponta Grossa (PR), Goiânia, Itumbiara e Rio Verde (GO), Primavera do Leste (MT), Três Lagoas (MS), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Minga Guazú (Paraguai).
“Trabalhamos com áreas em um raio de até 130 km das nossas plantas, o que otimiza a logística, reduz custos de transporte e emissões associadas”, reforça o executivo.
A empresa avalia também a expansão do programa para novas regiões, como Anápolis (GO), Cachoeira do Sul (RS) e Porto Nacional (TO), sempre conforme a viabilidade técnica e econômica.
Rigor na qualificação e sustentabilidade
O processo de seleção de novos parceiros segue um rigoroso protocolo de compliance para garantir que toda a biomassa utilizada atenda aos padrões de sustentabilidade e responsabilidade ambiental da Cargill.
“Seguimos um processo de qualificação de fornecedores que envolve a avaliação completa da documentação e das práticas ambientais adotadas pelos produtores”, explica Haipek.
A parceria é bem avaliada pelos produtores. O pecuarista Rubens Ribeiro Reis, de Prata (MG), é um dos participantes do programa e já expandiu sua área dedicada ao eucalipto de 250 hectares para 800 hectares, com previsão de alcançar 1 mil hectares em breve. “É uma ótima parceria. Podemos utilizar áreas antes degradadas, geramos renda extra e ainda contribuímos com práticas ambientalmente responsáveis”, afirma.
Biomassa como pilar da transição energética
O uso de biomassa é um pilar central na estratégia da Cargill para substituir fontes fósseis e avançar na descarbonização de suas operações. A combustão de cavaco de eucalipto gera o vapor necessário para o processamento da soja em praticamente todas as fábricas brasileiras da companhia, além de contribuir com a cogeração de energia elétrica.
A iniciativa se alinha com as tendências globais de adoção de matrizes energéticas renováveis e reflete o comprometimento da Cargill com metas climáticas, com foco em redução de emissões, eficiência energética e desenvolvimento sustentável.
“Esse é um exemplo de como as grandes indústrias podem atuar para reduzir impactos ambientais, ao mesmo tempo em que geram valor compartilhado com a sociedade e o meio ambiente”, conclui Haipek.