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Preço da energia dispara mais de 600% com antecipação do período seco e reforça importância de contratos no mercado livre

Seca histórica afeta o equilíbrio do sistema elétrico e impulsiona alta nos preços; Voltera orienta consumidores sobre estratégias de previsibilidade e proteção financeira

O setor elétrico brasileiro enfrenta um início de ano desafiador, com a intensificação da seca e a antecipação do período seco, tradicionalmente esperado para após março. A redução drástica dos volumes de chuva nos primeiros meses de 2025 comprometeu o equilíbrio do sistema hidrelétrico, principal fonte de geração de energia no país, e resultou em uma escalada expressiva nos preços no mercado livre de energia.

Dados do Balcão Brasileiro de Energia Elétrica (BBCE) indicam que, entre janeiro e março, o preço da energia saltou de R$ 58,60 por megawatt-hora (MWh) para mais de R$ 400,00/MWh — uma elevação superior a 600%. Essa tendência de alta não se limitou ao mercado spot: os contratos de energia incentivada para 2026 também apresentaram crescimento significativo, atingindo um pico de R$ 283,00/MWh em março, um aumento de 57% em apenas três meses.

Escassez hídrica como principal fator de pressão

A principal causa da elevação abrupta nos preços está na severa escassez de chuvas nos meses de fevereiro e março, que reduziu os níveis dos reservatórios das hidrelétricas e afetou diretamente a oferta de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN). Historicamente, o período chuvoso no Brasil ocorre entre outubro e março, mas em 2025, o volume acumulado ficou muito abaixo da média histórica, antecipando o início da estação seca e, consequentemente, aumentando a volatilidade no mercado.

“A falta de chuvas compromete a segurança hídrica e obriga o acionamento de fontes térmicas mais caras, o que pressiona os preços de energia para patamares elevados. Esse fenômeno, associado à maior sensibilidade do mercado livre, acaba impactando diretamente consumidores que não possuem contratos de longo prazo”, analisa Alan Henn, engenheiro elétrico e CEO da Voltera.

Contratos de longo prazo: proteção frente à volatilidade

Diante desse cenário desafiador, os contratos de longo prazo no mercado livre de energia emergem como instrumentos essenciais para garantir previsibilidade e segurança financeira aos consumidores. Aqueles que celebraram contratos no início de 2025, antes da escalada de preços, asseguraram valores significativamente inferiores, evitando a exposição aos riscos da volatilidade que marcou o primeiro trimestre do ano.

Além disso, consumidores que optaram por contratos com durações superiores a um ano ampliaram sua proteção, garantindo estabilidade orçamentária mesmo frente a um cenário climático e hidrológico adverso.

“Entender o comportamento do mercado, avaliar as necessidades específicas de cada negócio e identificar o momento oportuno para contratar energia são diferenciais que impactam diretamente nos resultados financeiros dos nossos clientes”, destaca Alan Henn. “A previsibilidade e o controle dos gastos são fundamentais para quem opera no ambiente de contratação livre.”

Perspectivas climáticas indicam manutenção da instabilidade

A previsão meteorológica para os próximos meses aponta que o atual cenário de escassez hídrica deverá se estender até, pelo menos, setembro de 2025. Embora possam ocorrer episódios pontuais de chuva, especialmente na região Sul do país, esses eventos não possuem volume e abrangência suficientes para provocar uma recuperação consistente dos reservatórios ou uma reversão na tendência de preços elevados.

Esse quadro prolongado de instabilidade climática reforça a importância de estratégias estruturadas de contratação de energia, principalmente para consumidores intensivos e de médio porte, que dependem da previsibilidade tarifária para manter a competitividade e a sustentabilidade de seus negócios.

O papel da gestão estratégica na contratação de energia

No atual contexto, a gestão estratégica da contratação de energia elétrica ganha protagonismo. Empresas que contam com assessoria especializada e realizam análises de mercado frequentes conseguem identificar as melhores oportunidades e mitigar os impactos decorrentes de eventos climáticos extremos.

Para Alan Henn, o atual momento reforça a necessidade de ampliar a conscientização sobre as vantagens do mercado livre e a importância de uma gestão profissionalizada: “Os desafios que vivemos hoje evidenciam a necessidade de o consumidor ser mais ativo, buscando alternativas que permitam maior eficiência e segurança no consumo de energia. A gestão eficiente é o caminho para transformar riscos em oportunidades.”

Cenário demanda atenção redobrada dos consumidores

O atual ambiente de incertezas climáticas, somado à sensibilidade do setor elétrico brasileiro à variabilidade hidrológica, exige dos consumidores atenção redobrada e planejamento estratégico. Para especialistas, a expectativa é de que, mesmo com eventuais alívios momentâneos, o mercado mantenha patamares elevados de preços ao longo de 2025, reforçando a necessidade de adoção de contratos estruturados e de longo prazo como ferramenta de mitigação de riscos.

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